( ... ): É tarde, muito tarde; preciso ir me deitar.
( ... ): Tão cedo assim? Sem nem dizer quem ama?
( ... ): Quem eu amo?
( ... ): Não pensa que eu tenho o direito de saber?
( ... ): Direito de saber quem eu amo?
( ... ): Ou o nome da pessoa com quem estará conversando amanhã...
( ... ): O nome? Deseja que eu lhe diga hoje?...
( ... ): Não entendo muito de nomes.
( ... ): Você deveria ter respondido dessa forma quando eu lhe fiz a primeira pergunta ( pois de amor entendemos )
( ... ): E qual foi mesmo a primeira pergunta?
( ... ): " Quem você ama? "
( ... ): Ah, esta...
( ... ): Mas e amanhã?... Com quem estará conversando? Diga-me o nome...
( ... ): Já lhe disse que não entendo muito de nomes.
( ... ): Não sabia que um sutileza, quando dita mais de uma vez, deixa de ser uma sutileza?
( ... ): E no que ela vem a se transformar?
( .... ): Naquilo que ela deveria ser desde o seu nascimento.
( ... ): De fato...
( ... ): Diga-me um nome, qualquer nome...
( .... ): Deus... você está me deixando confusa
( ... ): Que ele não se chame Thiago!
( ... ): E por que não Thiago?
( ... ): Por que tenho ódio por qualquer pessoa que chame Thiago...
( ... ): Isso é ruim.
( ... ): Nem tanto.
( ... ): Por quê?
( ... ): Porque eu posso amar qualquer um que não se chame Thiago.
( ... ): Assim é o ódio, não?
( ... ): Sim, assim é o ódio... E por que assim é o ódio? Simples?
( ... ): Não sei bem...
( .... ): Simples porque eu não posso amar qualquer um que se chame Thiago.
( ... ): Não sei se entendo...
( ... ): Ah... desejos e silogismos que apodrecem, desejos que nada mais são do silogismos que as vezes apodrecem... Que são eles afinal? Obras de um homem?... Ou seriam obras de um Deus-homem?
( ... ): Para esta pergunta eu não tenho resposta.
( ... ): Para esta pergunta você teria resposta, isto, naturalmente, se soubesse o nome da pessoa com que irá conversar amanhã.
( ... ): Já lhe disse que não entendo muito de nomes.
( ... ): Sutilezas, doces sutilezas...