O TRIBUNAL

“ Eu não sou culpado, não sou culpado! Não podem me culpar por algo que eu não fiz, eu não fiz entenderam! Eu não fizzz!!!”
 O corpo social cresce teratologicamente, em uma disformidade horrenda, suas artérias carregam os nutrientes da vida social, suas células pululam em contínua renovação, e seus vários tecidos compõem a ubiqüidade de órgãos que se especializam nas mais variadas funções. Em cada célula explode uma alegria cômoda e ingênua de viver, em cada micróbio estão impressas as chagas da existência, e lá de cima os prepotentes e eletrizados circuitos nervosos ditam impiedosamente as regras.
 
    — Mãe eu tô cum fome, já faz tanto tempo que eu num como, me dá de cumê!!!
    — Cala a boca diabo, eu não sei fazer mágica porra! Teu pai não arranja emprego desde que foi despedido, e com o que eu ganho só se...(começa a chorar).
    — Num fica’ssim não meu fi, engole cuspe que passa. Eu vô saí e trago de comê, chori não viu...O homem sai sem qualquer rumo, desnorteado pelo vazio crescente em seu estômago, pela sensação de impotência que pesa sobre seus ombros, pelo caos que invade sua mente fraca e já sem ânimo, seus olhos lúgubres vêem uma paisagem pálida e criaturas de rostos chorosos. — Meu Deus até quando?!!!
O tribunal é o lugar onde as coisas acontecem. Digo, o espaço onde os juízos se confrontam, os oradores expõem suas teses, seus argumentos, um lugar onde vige o poder da retórica, onde o ideal de justiça emerge de uma forma impositiva, é uma espécie de sensor moral que persegue e pune de forma dracônica os erros e faltas. É o tribunal uma instituição fruto da experiência ética de um povo, é formalmente incorruptível, é o superego da consciência coletiva, mas talvez também seja o tribunal uma ficção, mais uma figura de retórica do combate político, talvez seja uma criação do imaginário coletivo para canalizar a nossa violência, e nos fazer parecer diante de nós mesmos menos pecaminosos e imorais do que realmente somos, talvez o egrégio pretório seja uma criação dos fortes para infligir seus valores e justificar sua opulência aos fracos, talvez seja ainda o tribunal uma farsa, uma mentira para justificar a organização da vida social tal qual ela é, só para tornar nossas vidas mais suportáveis em meio a tanta miséria e injustiça.
Em algum lugar as taças estalam, luzes brilham, homens e mulheres brincam de sedução e poder, exibem suas belas roupas e jóias para ocultar suas fraquezas e medos, em algum lugar um banquete pantagruélico celebra o vazio perpétuo da futilidade.
    — Armandinho não lhe esperava encontrar tão cedo, já de volta de Nova York, espero que tenha sabido aproveitar a viagem de negócio, para também aproveitar os ares do primeiro mundo, algo mais civilizado do que aqui, compatível com sua fortuna, ou melhor duas fortunas, pois espero que Adelaide tenha se divertido e descoberto as últimas inovações que só no primeiro mundo se encontram.
    — Belíssima observação Ricardo, pois só lá pessoas que tem competência na vida para formarem um pujante patrimônio podem desfrutar de sua fortuna, eu até estou pensando em adquirir um imóvel em Nova York, pois Armandinho ampliará seus negócios por lá, e penso que você por conhecer muito bem a cidade...
                                              (.............)
    — ...Esqueceu do favor que te fiz da vez passada? Ou tá tirando onda comigo só porque hoje é o teu aniversário seu merda!
    — Que nada meu irmão, estamos aí, é hoje e tá de pé, eu não sô nenhum babaquinha não, o dinheiro do meu velho só me serve pra fazê aquilo que eu quero...
    — Lá vem aquele gordo babaca, hoje ele vai descobrir que ele é de merda!
                                             (...............)
    — O homem público prima pelo poder, ele não se subordina a qualquer sistema ético ou moral, eu diria até que ele é imoral às vezes, mas não porque seja a sua intenção consciente, mas antes por ser a sua natureza amoral, o poder é a única coisa que ele persegue, o único bem que o alimenta, o único objeto de seu real desejo, e é nesta busca obstinada pelo poder que ele edifica mais do que qualquer moralista crédulo, creio que não existe nem bem, nem mal, só existe o poder.
    — Segundo compreendi, a ética só existe enquanto um imperativo da razão prática, da necessidade que os homens tem de justificar seus atos em base razoável, mas positivamente é a ética uma fantasia, pura metafísica, e só o poder consiste na constante universalmente constatável, sendo mesmo o motor da civilização.
    — Eu afirmo que a justiça, esta tão exortada nos discursos moralistas, como critério da razão prática é um engodo, positivamente inconstatável, se houvesse alguma ética possível esta seria a ética do poder. Veja que historicamente os povos que contribuíram para o incremento da civilização foram os povos portentosos: os gregos; os romanos; os ingleses...

Um círculo marrom ocupa todo o espaço, e logo se multiplica em dois, dois mundos, dois círculos lado a lado, sugando tudo o que está ao seu redor, círculos enegrecidos pela escuridão parda da noite, as órbitas vagueiam atônitas, vagueiam impulsionadas pala ignomínia de se descobrirem impotentes diante do mundo, diante de si, diante dos outros e da prole famélica zumbindo em sua mente. A noite cai como trevas, trevas que emergem do seu espírito e inundam tudo o que está ao seu redor, ao longe as luzes brilham, brilham como um mar de vaga-lumes em sua luminosidade ingênua e distante.
Os cachos loiros caem delicadamente sobre sua testa macia, dos seus olhos irradia o fogo do ódio inexplicável, seu sorriso torto denuncia a desfaçatez mordaz, seu gênio indômito clama por sangue. Travestido de playboy esconde o mundo de perversidades que engendra maquiavelicamente, nunca desafiando quem possa abatê-lo, só ataca quando tem certeza da vitória.
A solidão o dilacera, seu corpo sofrido não mais suporta a carga nervosa da dor, o chão se abre e o acolhe como a uma criança órfã de vida, de esperança, a arvore é o braço que o protege da selvageria da madrugada.
 Seu coração bate forte, seu clã está formado, logo a noite se incendiará em horrores, quando os seus bichos se libertarem das jaulas que os seus tutores lhe impõem. Seu talento nato para liderar e impor o medo se liberta, ele explode em felicidade a cada sevícia infligida aos seus companheiros, não conhece amigos, só conhece o sabor crescente da manipulação, seus passos são calculados, sua aritmética é arquitetada em função do desejo crescente de poder.
    — Hoje é o aniversário do Armando Jr., a noite pede fortes emoções, vamos deixar qualquer medo de lado, isso aqui é coisa de macho, o primeiro que amarelá vai se fudê comigo. (olha com ferocidade para o gordo que o evita).
O carro esporte italiano sai rasgando o asfalto, o vermelho cintilante prenuncia a ferocidade sedenta de vítimas.
Em um cubículo escuro e apartado das atenções, dois corpos convulsos se entrelaçam encharcados de desejos, sussurros e gemidos formam a sinfonia que dá contorno típico ao desejo liberto, ardente, desvairado. Adelaide sente crescer desesperadamente um tesão indescritível à proporção que o corpo hirto enxerta-se entre suas cochas macias e rijas, Ricardo grunhi palavras ininteligíveis, desarticuladas pelo movimento regular e decidido dentro do corpo receptível de Adelaide que no calor da emoção lhe chama de “meu amor”, seu rosto desfigurado pelo prazer carnal exibe um esboço de satisfação de macho feliz por estar possuindo uma fêmea cobiçada por muitos, e que está ali, toda sua, totalmente atracada em seu corpo pujante pelo feito que o faz sentir mais vivo, mais homem do que os outros, seu prazer o mergulha em Adelaide que geme despudorada, suas mãos se cravam nas nádegas desnudas de sua amante, agredindo a sua inteireza plástica, sendo tragado pela fêmea que reage contra o seu corpo com movimentos convulsos e abrasadores.
“Esta sensação de morte interior quando todos riem, divertem-se e me felicitam pela minha fortuna, por este poder que eu exibo e que os intimida, e talvez seduz...até onde irá o meu poder? É uma sensação que nem Adelaide pode me proporcionar, ela é mesma uma extensão do meu poder. Mas ao mesmo tempo este poder que tudo edifica me faz sentir cada vez mais só, é o preço do poder, é o que me seduz, é o que me faz querer viver.”
A face amedrontada do velho exibe o horror da surpresa, sente-se encurralado como uma barata que será esmagada impiedosamente, seus olhos estufados pedem clemência, quando um soco o acerta em cheio no rosto desfigurado pela miséria, tomba inerte sem reação, tem seu corpo sacudido por uma enxurrada de chutes que o fazem sentir anestesiado, sua visão turva e débil não o permite registrar mais do que um azáfama de pés que se distanciam, seu corpo dolorido se mistura com o sangue da sua injustiça e o lixo da sua existência, amargando a sua boca.
    — Estes pobres imundos só merecem o nosso ódio, eles só sujam a nossa cidade, da próxima vez batam com mais ódio seus merdas...
A turba possessa sai em busca de mais emoção, em busca de mais violência para alimentar as suas alminhas podres.
O Juiz de olhar firme e sóbrio fita o réu que se sente impotente diante da beleza mágica da sua capa negra, sua barba sedosa e perfuma exala também sapiência e autoridade, uma nova forma de poder que ele não conhecia o fascina, mas o brilho da capa negra o impinge medo, o medo de ser condenado, o medo de perecer em uma cela como um monge medieval, seu medo é hirsuto como a sua barba fétida. As palavras ganham uma força mágica, as construções verbais do juiz brilham em sua mente escurecida, são palavras que por si sós tem a força da autoridade, não ousa descordar, só confirma maquinalmente, não se crê ali nu diante de todos que o examinam, não sente vergonha, é como se não fosse ele. Seu corpo nu acomoda-se em um banco no centro do tribunal, vê-se acompanhado por dois leões, um de cada lado, também não sente qualquer temor, sabe que as feras só o atacarão se infringir o código tácito do pretório. Um ser sem rosto e incrivelmente ameaçador em sua toga sombria se eleva em prestígio e o auditório passa a ser o eco de sua esmerada oratória, suas palavras são como flechas que apontam para o réu, delas saltam idéias que seduzem os juizes ocultos na mente de cada jurado, na consciência moral de todo o auditório universal.
As lágrimas caem copiosamente do rosto pálido da criança, seu choro é o choro do estômago esquecido e vazio, sua dor é parda como o barro que a cerca, sua face está úmida, sua barriga está seca, sua alma infantil escurece como a noite. Olha em volta de si, descobre-se só, o filho dormiu tragado pela fome, sua dor não diminuiu, a miséria lhe agride, caminha sem saber para onde, assim como a sua vida, pára diante de um espelho quebrado e velho e se descobre ainda mulher, olha para o corpo descarnado e sente falta dos sonhos que outrora alimentou, vira o rosto, enxerga a paisagem turva da noite, abraça o próprio corpo e já não mais se descobre em si.
A taça delicada e cristalina enche-se majestosa, o líquido nobre exibe-se em sua beleza singular, sua boca sorve o néctar e em sua lembrança surge a imagem do corpo nu de Adelaide, descobre-a ali, próxima, bela, voluptuosa, dormindo um sono satisfeito, após uma noite de amor com o único homem que dela dispunha, seu poder era sem limites, sua mulher era a mais bela, seu poder ofuscava até mesmo a beleza de Adelaide.
— Seu viadinho gordo, eu sabia que você era bicha, seu merda! Se você não fizer com ela eu faço em você!!! — Uma prostituta ensangüentada após ser espancada cruamente, exibe-se desnuda, resignada em um choro minguado, sem forças para reagir, vazada pelo medo, tinha as pernas abertas após ter sido invadida por uma turba ensandecida, seus braços amarrados esperavam o próximo agressor.
— Eu não quero! Já basta, eu não quero mais...( um soco o cala sem que tenha tempo de pensar)
— Eu queria que isto acontecesse, eu não gosto de bichas, e quem amarela comigo se fode. — O gordo vai ao chão varado por golpes dos quais não consegue se desvencilhar, chora e pede perdão, os outros assistem a tudo indiferentes.
“O direito é um objeto cultural segundo a corrente fenomenológica husserliana, um objeto cognoscível somente através da experiência ética, uma criação intersubjetiva feita para preservar a totalidade das condições de existência social, o direito não está apenas nos códigos, mas é antes uma face imprescindível do existir humano, os latinos mestres edificadores da nossa cultura jurídica enunciavam: Ubi societas ibi jus. É o direito uma criação da razão prática, manifestando-se discursivamente na forma de imperativo categórico, ou digamos normas, que norteiam as nossas ações em base razoável, eu chego a afirmar que deve ser mesmo a justiça o critério da razão, pois o conceito de razão reduzido a termos estritamente matemático, restringindo a razão à lógica, afastando tudo o que não é formalizável do domínio do racional, torna a idéia de razão prática em sonho absurdo. É a justiça, o tratamento igual conferido aos elementos que pertencem a mesma classe, o critério que pode assentar a razão prática em bases sustentáveis, substituindo a razão matemática pela razoabilidade pragmática, dilatando o conceito de racionalidade, e permitindo a sua expressão discursiva na forma retórica e dialética. Assim estará fundamentado este julgamento, em bases erigidas historicamente pelo esforço coletivo das mentes em busca de um consenso e sabedoria individual, este tribunal tem como valor fundante a justiça.”
O seu rosto angelical esconde o demônio dantesco que move os seus instintos, a violência é a única linguagem que conhece, seus olhos faiscam e impõem medo aos seus sectários, não sente medo, não sente compaixão, nem qualquer outro sentimento que não seja vontade de poder. Seu gênio maquiavélico engendra o desfecho para sua noite de aventuras, recheada de corpos espancados e violados, só mesmo o fascínio que as chamas o exercem pode aplacar os seus desejos por esta noite.
“É o poder um componente essencial da existência humana, forma juntamente com o desejo o binômio inseparável e estruturante da psique, revela-se das mais variadas formas, corta o corpo social de cima a baixo, está em cada um de nós de uma forma tão intensa e ao mesmo tempo recôndita, chegando a formar o ‘eu’ de cada consciência. O homem não pode ser só desejo, como querem os pansexualistas, pois é o poder que o limita e lhe dá sentido, é o poder que rege nossos atos, nossas paixões, nossas escolhas.
O poder se manifesta na beleza de uma mulher que nos fascina, como um imperativo da eugenia evolucionária, ou na fortuna que intimida e seduz como um imperativo da força que destroe e edifica, ou na erudição pujante que tem a força de reduzir a imprevizibilidade do mundo a racionalização da elaboração conceitual, o poder é algo tão presente na nossa pedagogia, que não podemos censurar a quem dele se serve como principal valor em seu existir.”
O fogo flameja em um brilho mortificante, sua luz clareia a escuridão, alimenta o desejo flamívomo da jovem besta, e traz dor e horror ao corpo agonizante em sua miséria derradeira. Um brilho final, um brilho que marca o dia de festas da turba abastada, o mesmo brilho que põe termo a uma existência obscura, subterrânea e tortuosa. Todos riem do espetáculo aberrante, a dor gritante se perde em meio a sonoridade hilária dos filhos da boa sociedade. Os olhos fixos do jovem demônio sorvem a cena com gozo, sua boca fina desenha um sorriso torto. A dor se carboniza, assim como as lágrimas negras de sua mulher e filho.
 
 

 O réu é acometido pelo terror do absurdo, o absurdo de não saber o porquê de estar sendo julgado, o absurdo de não saber o que virá, o que estaria ele fazendo ali, nu diante de todos, sujeito a olhares penetrantes, sujeito a oratória grandiloqüente do promotor, a ameaça latente dos leões atalaios, mas talvez a fonte de seu temor seja a nova forma de poder que ele desconhecia, uma nova forma de poder que não lhe pertencia, seu espírito altivo agora vivia uma nova experiência política, uma experiência aterrorizante que o réu encontra ao fitar o rosto amorfo do promotor que erige sua retórica irresistível.
“ O homem é um ser para a morte, sendo sua função preponderante o tempo, ‘Zeit’ como dizia o filósofo que formulou tal definição, e se eu o cito não é para impressionar o auditório, para seduzi-lo com a minha pretensa erudição, mas antes para fundamentar a minha argumentação que tem no ser humano um ser histórico, que constrói o seu espaço de existência calcado na compreensão de sua finitude, erigindo o seu existir em um sistema de valores, valores estes escalonados em função do tempo gasto ou investido em cada objeto, eu amo aquilo a que eu devotei meu tempo, o tempo é o critério axiológico do existir humano, a liberdade é o valor fonte da valoração, é o exercício da disponibilidade temporal, é através da liberdade que nós nos damos sentido.
O réu ora presente leva uma existência regida pelo fascínio do poder, é o poder o seu único e real valor, um valor que vaga no seu espaço axiológico, sua existência é suicida por ser despida de qualquer capacidade de reformulação, seu ser está morto, o senso ético não pulsa em sua consciência, é uma forma atávica de criatura não sociável, é um sociopata incorrigível e prejudicial ao aprimoramento da vida social.”
O tribunal se desintegra em nuvens negras, a instituição austera perde o seu brilho pujante, o pretório revela-se tíbio, lânguido. Suas colunas romanas sucumbem na escuridão crescente, o auditório universal dispersa-se como um enxame, o réu já não está mais nu, já não está mais lá. Os juízos perecem, só resta o vazio de uma mente que se autoconsome.
— Só o poder me interessa, só o poder dá significado a minha vida, eu não tenho porque ser altruísta, o altruísmo é uma invenção inútil, só serve para preservar, garantir a existência dos fracos, é uma forma de autodestruição, eu não tenho que me reduzir à mediocridade.
Uma criança de rosto famélico se impõe a sua mente, uma barriga negra e protuberante o agride como um tapa. A vida que para ele até então só se manifestara como brilho e pujança, agora se revelava em nova face, não tinha mais mulher pois não aprendera a amar, seu filho se desgarrara após tê-lo furtado, tornara-se um bandido, sua fortuna estava agora destruída, ele estava falido, sua vida estava mergulhada no desespero.
Seus olhos acinzentados não mais são movimentados pelas chamas que a muito tempo já havia os abandonado, sua face cadavérica exibe formas bestiais, seu corpo envolto em túnica branca se esconde fraco e acovardado, leva uma existência apagada, irracional. A loucura o dilacera, está muito velho e abandonado, sente dores e frio. Seus olhos fitos no teto úmido e mofado, não mais registram a sua última cena. Um outro louco o pinta em cores pálidas, um velho descarnado estirado como uma múmia em uma leito sujo. Em cada pincelada, seu corpo se desfaz para reaparecer morto em uma tela bestificante. Seu rosto cinza está emoldurado, seus olhos fixos denunciam a morte iminente, seus lábios secos e brancos enunciam a última sentença que se perde na irregularidade sonora de pinceladas extáticas...
    — Só o poder edifica...

Rodrigo Caldas


 

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