Oh!!! Mundanús!!
\"Oh Mundanus! Com já diria nosso caro colega de classe, Sir Edward Stevensons. Ele costumava dizer dos atributos das putas quando adentrava aos prostíbulos chics, nos idos dos anos 50. Sir Edward Stevensons, nada mais era do que o alter ego do romancista de botequim, José Afonso da Cruz. Quando lá pelas altas madrugadas, ao trago da enésima pinga, seus colegas o chamavam pelo verdadeiro apelido \"o Zé Cruz...cala a boca!\" Pois ninguém o agüentava mais com seus discursos insólitos e pedantes. Somente Maria Cristina das Almas, mais conhecida como Crisdasalmas, famosa pela volumosa bunda. Seu derriere era, ao final da noitada, muito desejoso por aqueles que sobreviveram a esbórnia alcóolica. Mas Crisdasalmas só tinha olhos para o Zé Cruz e ele só a notava alguns segundos antes de sucumbir à bebedeira. No seguinte dia, Zé Cruz quando acordava ia para seu trabalho do jeito que a esbórnia o deixou. Era arquivista da assembl é! ia jurídica. Trançava os pés da ressaca mal curada. Num desses dias Crisdasalmas o seguiu, sentia que tinha de fazer aquilo. ZéCruz não se agüentando mais vomitou até aparecer a bílis verde garrafa. Estava prestes a sucumbir quando Crisdasalmas veio em seu socorro. Ela era uma mulher forte e o sustentou até seus aposentos num cortiço próximo. Lá, o banhou, o tratou. Quando acordou não reconhecia o lugar mas reconheceu a bunda que estava dormindo ao seu lado. Teve um deja vu, na verdade eram as vagas lembranças que tinha de Crisdasalmas quando estava prestes a sucumbir. Tratou de se aconchegar naquela tanajurisse, percebeu que era tão quente e gostosa como realmente parecia. Sentiu que não poderia mais dormir sem estar aconchegado à ela. Foi então que os dias da esbórnia se acabaram, mas nem tanto assim. Na casa nova do casal fazia-se jogatinas de todo o tipo, mais tarde abriram um pequeno cassino. O suficiente para poderem levar a vida. Nunca mais Mundanus, nunca mais puta.”
Fabiano Sambatti