VAQUINHAS COMENDO PASTO
Com as próprias mãos a degolará com as víceras do crânio . O futurismo compensa a alto fragelação humana Tal qual uma mosca sem larva Talvez o deslocamento emocional Seja o motivador direto da criação do Ermo Figura mitológica nas atividades “freudianas” Rabuscada de recalcadas iliros Comentava ser lebre de enveio Firmava comentários repetidos Era tido como rei da Babilônia Casou-se com Anna Moça lívida e cheia de nariz Esbelta avessa a corles de pai Tinha mão alevadas a um charuto Era arregalada como luvas no pão Vestia túnicas a altura dos pés Coloridos a um babador Tímida maltratava a realidade Era fria e próspera ao aconchego Tinha lapsos, só admitidos à realidade feminina Era a transferência de energia da mãe Malfeitora de atividades menos censuráveis Que por fim deu-lhe o bigode do mundo A lebre como boa franciscana Com as próprias mãos . . . A degolara com as víceras do crânio. E como prêmio por tal ato, teve como merecimento, um bom ano de fartura, Comia e bebia do melhor na corte. A vida cotidiana dos sonhos A lebre perdeu os ninchos De sobra lhe restava a realidade Tão almejada por Anna. Completou seu mandato na tirania E transferiu-se para a simbologia do campo Comprou vaquinhas e fez o pasto dos sonhos Virou ovelhas comendo batatas Saldou as dívidas Do vinho e do leite Vendeu os bodes e fez um investimento Casual, tanques inteiros de vinho, e algumas garrafas de Uma interessante especialidade dos latinos. __ Cachaça da boa me enche a porca! Por ventura se pôs a discutir seu destino. Um rei venerado por todos; __ Merda de rei, porcaria nenhuma Subordinado talvez, más um bom na conquista. __Galã de avestruzes, sem medo no ventre! Conquistou a patologia psicológica. __ Não, senhor só o que fiz foi aliviar seu sofrimento. Eras um filosofo de atitudes únicas e vermentes. __ Falas-te certo, era, sabe-se lá quando; Talvez na era da maêutica materna Foste um excelente filho dosado de senso crítico. __ Obviamente sim ao ponto de assalos no forno! a barro da furna. Futuramente serás lembrado como gênio da arquitetura. Formulou ambientes próprios a cada um de seus Mermos. Sou mentira no encalço do detrimento. Atravesso noites e dias perenes Em busca de falsos sonhos, talvez tenha morrido. E esqueceram de minha química orgânica Na tarde ofegante de hoje Castrandomeu delírio Me acasalando com mantras do futurismo Que fulgira como uma máquina Controlada avessamente por mim Na lógica incessante do racismo. Vaqueiro pastoso, que travou a única higiene do mundo. A querra de belas idéias que matam Até uma vaca gorda e bêbada que não sabe pastar. O gesto destruidor dos anarquistas Desposando o patriotismo de um gênio. Capaz de abolir a pontuação Na literatura de mentes cálidas Dispondo os substantivos ao acaso como nascem Em vastos pastos de ignorância Desertos mecanicamente inóspidos. Elípticas, querelas de um rei. __ Um vagabundo isso sim! __ Um menerdo de fados e crimes __ Um punhal enhertado de merda. Todo mundo em mecânica própria Sabe da ignorância de seu ego De sua pobre escassez perante o silêncio Energúmenos crescem na minha horta Vaquinhas a plantaram com a Suavidade de quem mata a raiz De todo mau que cresce no palmo Esquerdo de sete cavalos Que em cavalgada cetaram o Ermo Em sua pequena moita de pano E estendido por cotovelos de grilo O Ermo brilhou como a mais pura ferrugem da grama Sob as vacas, coitadas pequenas A lebre morreu Comendo pasto.
Carla Carvalho