PESADELO

Velhas vielas serpenteantes, pudicas escamas de Mimosa fechando-se ao passo bêbado, cego e seco ao sol primaveril. De passagem, não vê Cristo nem paisagem. Pesada/mente, pesadelos percorrem trêmulos dedos que tateiam, sem teto ou tato, paredes de papelão. Apanha. Desaba. Se acaba. Acorda sob pés, patas que correm e escorrem do morro para não morrer. Noite negrume só estrelas de São João. E só, morre. Morre? Descobre-se alado, capturado em ácida teia de aranha.

Maju Costa

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