Oca solidão
O silêncio é aprazível para os lábios. Beijos não beijam apenas. Matam também. As paredes escutam o absoluto badalar das horas de um relógio antigo cujo pêndulo está manco. No quadro do corredor, a paisagem se afoga num riacho longínquo e desconhecido. Meus passos na varanda estão sós. Meu coração respira o oco da solidão de quem enxerga o breu e a alma eterna do além. Sou quem sou. Quem sou?
Cláudia Villela de Andrade