O sol nascia por trás da porta da rua e aquela luz vinha pra dentro do quarto me cegando.
Pedi a Edite que quando saísse batesse a prta, ela esqueceu, ela sempre se esquece, só não se esquece de sair e de me deixar sozinho neste quarto maluco.
Mesmo assim prefiro ficar aqui aporrinhado. Mas com muitas revistas por perto.
Ela nem imagina mas vez por outra um sorriso fingido desce do armário e quase me assusta.
E que, entrementes, dou um assobio bem longo, parecendo um apito, ponho depressa um pano na cabeça e me finjo de morto.
P. J. Ribeiro