Quem Matou o Rei?
A balburdia estava feita. Todos gritavam. Queriam saber quem era o assassino.
Afinal, quem matou o rei?
Logo esse rei, tão justo, tão amado, tão correto, tão bravo em tantas batalhas.
E agora, morto.
Morto numa guerra que eles tinham certeza, era vitoriosa. Estavam dentro de seu território.
A rainha se desfazia em lágrimas. Pois tudo tinha acontecido muito rápido, num só golpe, há poucos metros de onde ela estava.
E ela estava atenta, sabia qual o próximo passo a dar. Mas nunca imaginou um golpe tão certeiro naquele momento e jamais imaginou que um enviado do outro reino, trairia a confiança de um momento de paz.
Logo um sacerdote. Um homem que deveria ser o exemplo do que é correto.
Suas vestes eram brancas, mas deveriam ser negras como o luto que agora cobria todo o reino do rei morto.
E os soldados, pobres coitados! Sempre vão à frente, e por isso mesmo, quase todos já haviam sido derrotados, e não pelo cansaço que já atormentava os pelotões. Sim, são corajosos, encaram o perigo muitas vezes com uma coragem forjada.
E os grandes cavaleiros dessa batalha, nada puderam fazer, foram iludidos pela nefasta estratégia de seu inimigo.
Nem das torres, os observadores sem ação, nada puderam fazer.
Um sacerdote. Quem diria!
O povo dominado, já sabia quem tinha assassinado seu rei.
Mas não pensem que esse era o fim.
Animados por estratégia tão bem feita, decidiram novamente entrar em batalha.
E como a vida é um jogo, todos se levantaram e se posicionaram novamente em seus respectivos lugares no tabuleiro.
- O próximo xeque-mate será nosso.
Disse o rei ressuscitado.
Rita de Cássia Vaz Machado