Ponto Final

Naquela manhã, caminhando  pela orla, admirava o céu azul e sentia o cheiro de maresia, relembrando cenários  de infância. Catar conchinhas, procurar tatuís, fazer castelos na areia... Subitamente, fui tirada do paraíso pelo som insistente do telefone celular. 

— Senhora X ?

— Sim.

— Lamento informar que seu filho,Y, foi atingido por uma bala perdida. Está morto.

Gritei um não como se fosse explodir.

Desde então, aquelas malditas palavras martelam minha mente e dilaceram o que restou de meu coração. Três anos...

Morta estou para todo o sempre. Recuso-me a  falar, a ouvir e a pensar que exista um mundo que vibre lá fora, se nele não há mais o sorriso de meu filho.

Belvedere Bruno

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