Ondina... Levantei, senti meu espírito flutuar, meu corpo continuou na cama, apenas um leve fio de luz ligava os dois, toquei a mão que me era estendida e uma sensação de paz e felicidade me invadiu, olhei à figura a minha frente e recebi um sorriso de incentivo que me deu confiança para continuar. Saímos do quarto envoltas em um aroma de rosas. Ela me levou para as margens do Amazonas e lá começou a me contar porque estávamos ali.
 
Fui lançada a uma velocidade que não saberia calcular. Quando abri os olhos novamente estava em um campo rodeado de árvores na beira de um lago. Ondina me mostrou uma mulher vestida de cigana sentada dentro de um círculo riscado no chão, estava de cabeça baixa e parecia sofrer muito.
  Olhando a figura solitária eu conseguia sentir toda tristeza que dela emanava, estendi os braços e tentei toca-la,  Ondina me preveniu que não poderia. Novamente Ondina tocou minha mão e fomos lançada a outro plano, desta vez era uma índia  de cabelos negros e olhos amendoados, estava sentada na beira de um lago conversando com as águas.
  Vivi toda a angustia que meu espirito estava vivendo e quando pensei que morreria ali junto com Jaci fui lançada para o presente. Ondina me deu um longo abraço e pediu que fechasse os olhos, quando abri estava novamente em minha cama. A rosa branca atirada no chão do quarto me dava a certeza do que tinha vivido. 

                                                                             Araciara Macedo
 

 

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