Caminho pela alameda estreita,
escura e tortuosa, neste labirinto cujas paredes são os túmulos
de meus heróis.
Procuro não esmagar
as formigas, milhares reunidas em sua eterna procissão, formando
um tapete móvel sob meus pés. Não posso, infelizmente,
evitar pisá-las. Cabe-me, portanto, escolher bem para não
esmagar as boas formigas,
esperando e confiando sempre na mesma indulgência por parte daqueles
que são tão maiores que sequer posso vê-los.
Mas, antes que possa terminar
minha prece, já sobre meus ombros sinto um dos pés gigantescos.
E desejo então, ardentemente, que uma botina ainda maior, que sei,
existe, o esmague.
Angelo Papa Neto