TOQUE RETAL

                No terreiro, em frente à casa, o menino corria atrás das galinhas. Quando conseguia pegar uma delas metia-lhe o dedo no cu e falava para a mãe: "tem ovo, mãe". — Solta a coitadinha, deica a bichinha sossegada, menino traquino. Peva outra, pegava a terceira e sempre dizendo "tem ovo mãe", e ela respondendo a mesma coisa, slta a coitadinha, filho de uma égua. Na última, grita: "não tem ovo". Esta pode ir para a panela.
                No consultório médico, Dr. Reinaldo protege as mãos com luvas cirúrgicas e passa vaselina. Deitado o homem, em posição ginecológica, não escapa de uma dedada. Igual à galinha, espera o veredicto final.

Valdecirio Teles Veras

Enviado por: Dalila Teles Veras

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