A voz do LEITOR

                          “Se tens um jardim e uma biblioteca, tens tudo.” (Marco T. Cícero)

       O leitor vive na expectativa de ler e contar histórias, e de mostrar que a literatura é importante em sua vida, como descoberta, conhecimento e lazer. Também, sabe que ao cuidar da literatura tem a oportunidade de viajar com a imaginação e ir aos lugares mais belos. Isso significa que assim consegue alcançar o ímpeto da vitória. Porém, sempre se preocupando com o antes e o depois e, dessa forma, certifica-se das novas criações e produções.

                          “A tinta e o lápis / escrevem-se todos / os versos do mundo.”
                          Carlos Drummond de Andrade

       Na vida do leitor o que não falta são grandes emoções, porque não se limita aos impressionantes e modernos textos. Ele os admira como obra de arte e a eles é sensível; vocação e paixão regem seu estilo, proporcionando privacidade e silêncio para passar momentos ao sabor dessa brisa, dos livros e do acaso.

                          “Criamos palavras / para preencher o espaço aberto /  entre as duas margens / de um rio de enigmas.”
                          Ronaldo Monte

       Para o leitor, a miscigenação cultural dá tempero à literatura. As palavras entoadas evocam transes coletivos. Todos têm uma história para contar, e o livro pode ser a voz do leitor, como viajante que por vezes se sente no meio do bosque ouvindo o encadeamento dos sons da natureza, sendo sons e sentidos significados, cercado de detalhes e cores com o objetivo de lhe provocar reação e atingir resultados mais amplos e concretos.

       Ao ler os textos o leitor sente a revoada das aves, de sons diretos e simples, em imagens justapostas, uma promovendo o aumento da história da outra. Nada é mais interessante do que o poder da imaginação para conquistar os sonhos e fazer valer a liberdade. Na leitura ele passa a participar de detalhes curiosos e poderosos, como no sofrimento, no amor e na superação, cada vez mais presente em suas conversas pela abordagem contextualizada.

                          “... O verso se transforma na voz do leitor / na entonação do leitor /  na interpretação do leitor / no que o leitor aprende.”
                          Pedro Du Bois

       Por outro lado, o escritor sabe o quanto o mercado é rico e raro em termos de alcance ao público. Os livros acabam se transformando em espécie de vitrines: todos veem, poucos leem e menos compram. Mais uma vez o leitor se entristece porque, apaixonado pelos livros, procura viver os acontecimentos que nos trazem aos dias de hoje tendo o livro como panorama imaginário. Acredita estar a sociedade sendo esmagada nas entrelinhas.

       Quantos escutam a voz do leitor?

Tânia Du Bois