Ufologia, uma fascinante disciplina que completa hoje 58 anos de idade (***)
Perguntas que não se calam
O que pensar sobre os discos voadores? Eles existem? Se existem, o que são? De onde vêm? Por que vêm à Terra? E por que não se mostram abertamente a todos nós? Essas são apenas algumas das indagações mais comuns que vemos em nossas vidas de ufólogos, pessoas obstinadas que, pelas mais variadas razões, não descansam enquanto não esclarecerem o mistério do Fenômeno UFO. Tais perguntas nos são feitas pela sociedade, pela população, que quer respostas e esclarecimentos. Mas onde estão tais respostas? Elas existem? São conclusivas? Hoje [2005], 58 anos após a observação de Kenneth Arnold, nos EUA, que deflagrou a chamada Era Moderna da Ufologia, ainda não temos todas as respostas que gostaríamos, mas temos várias que podemos, certamente, apresentar à população de maneira inequívoca
De fato, algumas certezas já temos até de sobra, que nos permitem fazer afirmações ousadas e impactantes. Uma delas, claro, é a de que os discos voadores de fato existem. Quanto a isso não há mais dúvidas, e os que duvidam apenas não conhecem as informações existentes. Há literalmente milhões de registros dessas naves nos arquivos das forças armadas de quase duas centenas de países, até mesmo no Brasil. Nossa Aeronáutica, de maneira absolutamente inédita e surpreendente, admitiu aos ufólogos da Revista UFO, em seu histórico encontro de 20 de maio passado, que desde 1954 registra sistematicamente objetos voadores não identificados em nosso espaço aéreo, mantendo tais casos em arquivos específicos e confidenciais, que os ufólogos agora tentam abrir para a população através de sua campanha UFOs: Liberdade de Informação Já.
Mundos mais avançados que a Terra
Mas se os UFOs existem, de onde vêm? Certamente, vêm de fora de nosso planeta, sendo por isso chamados de extraterrestres, alienígenas ou mesmo exoterrestres. Vêm de mundos que, assim como a Terra, lograram avanço tecnológico tal que permitiu às suas sociedades visitarem outros planetas, embora o façam numa escala muito mais ampla do que nos permite nosso estado evolutivo. A nossa civilização, até o momento, pode apenas e rudimentarmente instalar robôs em Marte e Vênus ou fotografar com câmeras remotamente operadas nossos planetas os distantes do Sistema Solar, como Júpiter, Saturno e Netuno. Só isso. Os seres que nos visitam têm veículos mais sofisticados, mais eficazes, mais rápidos e que usam formas de energia que ainda não conhecemos, imensamente mais potentes que as que conhecemos.
Enquanto nossas façanhas em direção ao cosmos nos enchem de emoção, justificadamente, elas são - e isto devemos reconhecer - muito limitadas e ainda insignificantes em escala cósmica. E o são porque a Terra possui uma civilização jovem, que ainda tem muito a crescer e a se expandir, principalmente em termos tecnológicos e astronáuticos. Talvez daqui 30 ou 40 anos já tenhamos condições de enviar tripulações de homens e mulheres a planetas distantes, de outros sistemas estelares e até mesmo de outras galáxias. Hoje, nosso alcance máximo é nossa vizinha, o que podemos considerar uma espécie de quintal da Terra. Vendo por esse ângulo, e tendo o bom senso de admitir que o universo é cheio de planetas onde a vida também floresceu, fica bem mais fácil entender que muitos desses mundos tenham raças mais antigas e mais avançadas do que a nossa, e possam fazer hoje o que pretendemos fazer nas próximas décadas.
Nós e nossos visitantes temos os mesmos anseios
Mas por que os UFOs vêm à Terra, afinal? O que pode parecer um importante aspecto do mistério que envolve os discos voadores pode ser, na verdade, algo banal. Ora, os UFOs vêm à Terra pela mesma razão pela qual mandamos nossos robôs a Marte e a Vênus, ou nossas sondas a Júpiter, Saturno e Netuno. Nossos visitantes buscam fora de seus planetas, no universo, exatamente aquilo que nós buscamos fora do nosso: outras formas de vida, mais conhecimento sobre suas origens e mais controle sobre seus destinos. É bem possível que eles tenham sentimentos e anseios bastante semelhantes aos humanos. Entre os quais o de expandir suas fronteiras cada vez mais, de ampliar seus limites, de vencer seus obstáculos. Por causa desse instinto nós fomos à Lua, por causa disso tentamos explorar o espaço, por tal razão buscamos a outras formas de vida lá fora. E certamente pelas mesmas razões outras civilizações do universo, mais avançadas e esclarecidas que a terrestre, fazem o mesmo. E ao fazê-lo, encontram a Terra entre seus destinos, como talvez também encontrem muitos outros mundos semelhantes. Coisa para eles natural, como um dia será para nós.
A derradeira questão que resta tentar explicar é: por que nossos visitantes não se mostram abertamente aos habitantes da Terra? E a resposta pode muito bem ser formulada com outra pergunta: por que fariam isso? Tal apresentação lhes traria algum benefício direto, que eles já não tenham em suas seculares explorações ocultas de nosso planeta, uma vez que são raças mais avançadas e têm mais capacidade tecnológica de explorar nosso mundo e seu ecossistema? Por outro lado, estaríamos nós, os terrestres, em condições de receber abertamente visitas de outras raças do universo, evoluídas e sofisticadas, sem que isso tenha um impacto tão profundo em nossa sociedade e trajetória evolutiva que rompa com nossa cultura? Historicamente, a resposta é não. É amplamente sabido que, quando uma sociedade mais avançada se aproxima de uma mais atrasada, a primeira subjuga e destrói a segunda. Se isso já aconteceu em centenas de exemplos épicos em nosso mundo, que dirá em escala cósmica.
E ainda que esta não fosse a razão para o não contato oficial e imediato, como tanto gostaríamos, haveria outra para que impeça uma raça cósmica vir a ter aproximar-se aberta e irrestritamente da Terra. A resposta também é sim, e ela pode ser interpretada através dos números estatísticos sobre nossa espécie. Um deles é de que, dos 6 bilhões de seres humanos de nosso planeta, 2,3 bilhões passam fome, 1,5 bilhão está em estado de absoluta inanição e 2,2 bilhões em conflitos de todos os tipos, principalmente guerras, que têm como estopim, em 90% dos casos, disputas meramente religiosas. Ou seja: os homens e mulheres de nosso planeta são aprenderam sequer a conviver entre si, de maneira minimamente racional, para pleitearem o direito de conviverem com raças mais adiantadas do universo. Será que é difícil entender uma equação tão obvia? Pode ser para nós, mas certamente não para humanidades mais avançadas e resolvidas, como devem ser aquelas onde vivem nossos visitantes.
Vendo os discos voadores de maneira descomplicada
A resposta para a falta de contato deve ser entendida de uma maneira simples. Nossos visitantes parecem não desejar se apresentarem de maneira ampla e oficial porque, primeiro, não têm necessidade disso, pois dominam há séculos a capacidade de vir à Terra para observar ou buscar o que desejam. Segundo, porque não somos ainda, enquanto raça, capazes de entender e praticar uma convivência em escala cósmica, nem de absorver seus eventuais benefícios. Nós, seres humanos terrestres, precisamos, antes de qualquer outra coisa, resolver nossos conflitos e desigualdades, alimentar e abrigar nossos famintos, dar condições de vida a todos os membros de nossa raça, extinguir as diferenças tão brutais entre os integrantes da humanidade, antes de sequer pensarmos em ter o benefício de um contato formal com raças avançadas do universo.
Ainda assim, talvez a humanidade logre tal contato de outra forma. Tudo leva a crer que ele ocorrerá mesmo em meio ao caos em que vivemos. Essa certeza parece se tornar cada dia mais concreta e inequívoca. E também são números que apontam para isso, como o aumento gradativo e firme da casuística ufológica global, sem tréguas há décadas. Essa evolução na quantidade de casos de observações de UFOs e contatos com seus tripulantes indica que iremos, em um período ainda não estimado, acabar estabelecendo um contato formal com nossos visitantes, ou pelo menos com alguns deles. Talvez isso ocorra não por iniciativa deles, como seria desejável, mas sim porque o ser humano, em seu irreversível processo evolutivo, está indo cada vez mais longe no espaço, e lá fora há de os encontrar. Essa é uma questão de tempo. Um tempo que não sabemos de quanto será, mas que está ligado ao que precisaremos para evoluir como espécie e alcançar áreas mais longínquas do cosmos.
Enquanto a ciência se fecha, a Ufologia se abre
E a Ufologia, enquanto isso, hoje reconhecida até mesmo pela Força Aérea Brasileira (FAB) como uma atividade de credibilidade e responsabilidade, continuará se esforçando, como tem feito nos últimos 58 anos, para obter mais respostas para o enigma representado pelo Fenômeno UFO, assim como encontrar mais sustentação para as respostas já apresentadas e difundidas. Todo esse esforço vem sendo feito numa tentativa explícita, por alguns, e implícita, por outros, de preparar nossa humanidade para o impacto, positivo ou negativo, que ela sofrerá quando o contato se concretizar. Certamente, quando isso ocorrer, precisaremos de toda a informação possível sobre nossos visitantes. Enquanto a ciência se fecha para a realidade do Fenômeno UFO, a Ufologia permanece persistente em busca de conhecê-lo e explicá-lo à sociedade.
Parabéns a todos os ufólogos por seu dia, 24 de junho. Mas, muito mais do que isso, parabéns por sua obstinada e firme iniciativa de se aventurarem numa área tão complexa, tão difícil de manejar, tão distante de nosso cotidiano. Vocês estão efetivamente construindo o futuro.
A. J. Gevaerd
__________
(***) Este artigo é datado de 2005 e foi-nos enviado pelo próprio A. J. Gevaerd, editor da Revista Ufo <http://www.ufo.com.br>, "a única publicação brasileira dedicada à Ufologia, há 27 anos". E-mail: mythosed@uol.com.br