Nada de original e alternativo visível e, sobretudo, nada de mais urgente: poesia. Fui às estantes, não a encontrei. Perguntei então ao rapaz do balcão: "A Poesia? Onde está a Poesia?...". Ele riu e disse: "Temos sim, vou lhe mostrar". E, apontou à mais alta prateleira, junto ao teto, acima de "Literatura Brasileira". Em seguida, ofereceu-me uma escadinha para acessar a procurada "Poesia". Subi-a equilibrando-me precariamente, tão estreitos eram seus degraus, talvez apenas para coreografar o que disse: " Amigo, sem poesia o homem acaba no século XXI — virá máquina...". Retirar os livros para olhar, sentir, escolher seria mesmo impossível. E o foi. Não me consolou sequer a cumplicidade do rapaz que concordou comigo.
Ah, amigos, que saudades da Dazibao no subsolo, naquele prédio
da Copacabana, em frente à Serzedelo Corrêa!