Aos meus filhos Alexia e in memorian a Gabriel, e tantos que o conheceram e o amaram, aos profissionais que fazem jus à Medicina
Uma história
de amor, que desde o dia da entrega, da ejaculação, percebi
a fusão e a gestação sendo bem-vinda.
A vida, no decorrer
dos dias, fez com que percebesse meu organismo, a passo límpido,
saber que eram dois seres que vinham vindo ao mundo.
Mas, surpresa
fiquei, quando antes de qualquer ultra-som, já sabia que iria vir
um casalzinho, um mais loirinho que o outro e de cabelos encaracolados.
De fato ocorreu,
o que a vida prescreveu.
As vidas abençoadas,
de Alexia Cristina e Gabriel, ocorreram em 29/12/1998. Num bonito pôr
de sol, e tão prematuramente... A massa corpórea de Alexia,
ao chegar era de 1900 quilogramas, a de Gabriel, 1300 quilogramas.
Mas, a vida
reserva surpresas para aqueles a quem amamos, e nem tudo era possível.
A incrível
batalha de vida de Gabriel, já ocorreu no exato momento em que nasceu.
Mas, venceu tantas vezes e até 1 ano e 9 meses, andava livre como
gaivota por aí. Amava jogar bola, freqüentava escola (Creche
Maria Estefáno Maluf), já há muito tinha deixado a
mamadeira de lado.
Mas, o tempo
se encarregou de mudar... E, no dia 4/10/2000, Gabi foi erroneamente submetido
a um cateterismo, dentro do Hospital São Paulo, por médicos
que só o tempo me fará perdoá-los... E, após
cateterismo, meu Gabi, ficou com lesão cerebral, sem enxergar, andar,
freqüentar escola, jogar bola...
E ainda ouvi,
após quinze dias de internação da cateterista famosa,
que no dia ao qual o Gabi foi submetido ao exame, ele não estava
bem. Até hoje questiono: — Doutora Célia, por que realizou
então o exame?
Meu Gabi, se
foi em 5/11/2001, sua vida muito cheia de sofrimento, e ensinamento para
todos nós.
Minha voz, não
irá se calar, pois quero que haja justiça, foi um erro médico,
sim!!! Pois, recentemente, descobri que também possuo hipertensão
pulmonar, uma das causas da passagem do Gabi, para o Céu.
Mas, Oxalá,
seja bendito!!! Meu grito, sobrevive no desenvolvimento lindo da minha
garotinha, a quem tanto amo. E, DEUS, levou o Gabi para junto dEle, presenteando-me
com outra criança... Sem contar a paixão de Alexia pelo caçulinha,
o Emmanuel. ... Mas, esta já é outra história.
A vitória
junto ao CRM/SP da denúncia que fiz, talvez sairá tardia,
mas a justiça divina se faz presente todos os dias. E, posso dizer,
que para alguns profissionais da área médica, tenho muito
a agradecer, como no caso: o plantonista do Hospital Santa Joana (que,
em 29/12/1998, ajudou ao Gabriel e a Alexia nascerem) e aos pediatras da
UTI e Semi do HSJ, pela dedicação com as crianças
prematuras; as doutoras: Célia Mara di Giovanna, Mirlene Cernach,
Eliana Macedo, Maria do Carmo Bertero, entre outras, aos profissionais
da Derdic, principalmente, Renata, Clay; aos doutores Marcelo Sogabe, José
(alergo), Dárcio Duarte (entre outros profissionais da Remoções
São Paulo); aos profissionais do Hospital Vidas, onde, todas as
vezes que o Gabriel ficou internado, foi muito bem tratado; aos profissionais
do Hospital Nossa Senhora de Lourdes, que também nas internações
do Gabi, foram maravilhosos, e à equipe da UTI do Hospital
Santa Marina, como os doutores Regina, Ronaldo, Sidney, que ficaram nos
últimos momentos de vida do Gabi e presenciaram sua ida para o plano
superior. Mas, aos doutores: Carvalho, Célia, Pedro (cardiologistas
do hospital São Paulo), estes ainda existe a mágoa, a dor
de ter confiado em demasia, e esta mágoa se reflete em minhas emoções,
devido a falta de humanidade, carisma e incertezas das suas ações.
Recado à
Alexia: "— Filha, tenha certeza que todos nós a amamos e muito,
e o Gabi aonde estiver estará sempre lhe acompanhando como uma luz
de muita intensidade."Mamãe, papai, Emmanuel e com certeza o Gabi.
Tereza Cristina Gonçalves Mendes Castro