DRIVING IN BAURU
 
Passei a maior parte da minha vida morando na grande São Paulo, aprendi a dirigir e fiz minhas primeiras barbeiragens por lá!
Apesar de pesado, o trânsito de lá é muito melhor que de algumas cidades onde já vivi posteriormente, pois, a quantidade de automóveis é muito grande e quem não se adapta ou aprende, não agüenta muito tempo.
Morei em cidade em que a bicicleta era o meio de transporte mais utilizado, portanto, o trânsito era lento e ambos se respeitavam: carros e bicicletas (além de cavalos e carroças).
Já em outra localidade (muito pequena também) os motoristas não sabiam direito para que servia aquela luz que pisca intermitentemente, ora de um lado, ora de outro no automóvel, mas, era compreensível pelo tráfego local.
Atualmente moro em Bauru no interior do estado de São Paulo, cidade famosa pelo sanduíche que leva seu nome, cidade de pessoas ilustres. Uma grande cidade bem no centro do estado, com tudo para ser a maior de todas no interior.
A cidade conta com centenas de milhares de habitantes e sua frota de automóveis é imensa. Mas ela tem um trânsito peculiar, em alguns carros existem até adesivos alusivos a ele como:
— Se você nunca sofreu um acidente de trânsito venha a Bauru;
— Velocidade controlada por buracos;
— Etc...
Não sou muito boa em decorar estas coisas, mas o que falam dos buracos é famoso, estes pipocam por toda a cidade e, a cada dia eles aparecem em um lugar totalmente imprevisível.
Seguido aos buracos chegam os motoqueiros, me desculpem as pessoas que curtem moto, mas, depois de morar em Bauru é impossível gostar até mesmo da visão de uma. Por aqui moto-táxi é permitido, em todas as esquinas podemos ver concentração de motos, números de telefones em vários postes, uniforme que os identifica. São centenas e centenas de motoqueiros no trânsito da cidade. A grande maioria não respeita as regras mais básicas de trânsito, entram na frente dos carros arriscando suas vidas e a dos outros. Para eles as ruas possuem várias pistas de trânsito (mesmo que seja rua de mão dupla e estreita).  Eles têm sempre a preferência no trânsito e fazem todos perceberem quem é que manda, mesmo sabendo que seu corpo é o chassi do seu veículo de locomoção. Cabe aos motoristas desviarem, brecarem, enxergá-los transitando aos lados dos carros. Contra esse mal nada é feito, é com vista grossa das autoridades que eles reinam absolutos no trânsito caótico da cidade.
É impossível dar apenas uma volta na quadra e não ficar irado com a ousadia dos senhores do trânsito de Bauru.
Eles me fazem até esquecer dos motoristas também despreocupados que quando vêem um semáforo pisam no freio e aguardam que ele feche. (??????) Me fazem não ver os catadores de reciclados que constroem carros de mão, largos como um automóvel, ocupando uma pista toda de vias importantes e até o centro da cidade.
Me esqueço também dos semáforos colocados em cada esquina do centro da cidade, e to dos com tempos diferentes, fazendo-nos ferver dentro do carro aguardando a abertura de cada um deles. Mas quando abrir, cuidado, tem um motoqueiro atravessando o vermelho do outro lado.
Não vou dizer também que as vias radiais da cidade, onde o trânsito poderia ser mais veloz é supercontrolado por radares que impõe velocidades absurdas aos motoristas.
Nem preciso mencionar as ocasionais carroças dirigidas muitas vezes por crianças que transitam junto aos carros no centro e arredores da cidade.
As lombadas fora de padrão se unem aos buracos para que os mecânicos comemorem os carros quebrados, suspensões, molas, etc...
Na verdade tudo isso faz com que o trânsito de Bauru seja insuportável e estressante, tenho saudades do trânsito chamado "louco" de São Paulo e Grande SP. Sempre que posso ando a pé, deixo o carro em casa apenas para não enlouquecer. Eu era uma motorista calma, tranqüila, mas, por aqui não há nervos que agüentem tanta coisa errada.
Agora a última recl amação é contra os preços de combustível aqui. Se eu for para uma cidade há uns 50 quilômetros em um litro de álcool R$0,70 no máximo. Mais um pouco pra frente cheguei a pagar R$0,62. Aqui em Bauru o preço do mesmo combustível é de R$0,97 a R$0,99 em todos os postos da cidade.
Não estranham essa falta de concorrência entre preços, mesmo sabendo que o preço do álcool está em queda, vemos notícias a toda hora sobre a reclamação
do preço que os produtores recebem pelo álcool?
Por quê pagamos 200% a mais pelo preço do produto com relação ao produtor?
Por quê a diferença de mais de 50% nos preços entre cidades da mesma região?
Por quê não há uma fiscalização em Bauru sobre os preços fixados pelos postos?
Eu, particularmente, me sinto uma otária pagando preços tão diferentes entre cidades tão próximas.

Vera Vilela

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