Toda semana tinha um motivo para a turma estar reunida. Um aniversário, um bailinho na casa de alguém, um bailão no clube ou simplesmente, um sorvete no Yara na boa e velha Rua Augusta.
No sábado teríamos o aniversário de um dos meninos da turma, filho de uma tradicional família paulistana, que me reservo o direito de preservar o nome.
Os preparativos de praxe, cabeleireiro, quem pegaria quem, com que roupa que eu vou e, por aí seguia.
Acontece que chega de viagem, um amigo nosso o Máximo (era esse seu nome) que era italiano e, juntou-se ao grupo para ir a tal festa.
Já na festa, em total confraternização, todos se divertiam. Estávamos espalhados em vários grupos, como é o habitual com os donos da casa e seus convidados.
Lembro-me como se fosse hoje, estávamos conversando no hall de entrada que fazia a comunicação com duas salas laterais em pequenos grupos e entre nós, o tio e a mãe do aniversariante com alguns amigos da família e o Máximo.
De repente, não mais que de repente, Máximo apontando para o alto da porta de entrada onde se encontrava uma galhada de veado, pergunta em bom e alto italiano:
Quello è il cappotto di braccio della famiglia? Perché in Italia, il cappotto di braccio è usato in cima alla porta.
(Aquele é o brasão da família? Porque na Itália o brasão é usado em cima da porta!)
Pano rápido!
Neuza Maria Mollon (Clarita)