PÃNICO NA UERJ

Depois dizem que minha depressão é frescura e fobias falta de pancada (coisa que levei da mulher que encontrei três vezes e me roubou tudo que tinha e ainda me agrediu). Não posso me esquecer disso: de ter ficado às 15h30min da tarde no ponto do ônibus, no chão, chorando preocupada com uma prova no dia seguinte, e ainda ter que pegar carona em três conduções, chegando quase a desmaiar com tanto estresse). Leiam agora o que está ocorrendo na UERJ e me depois digam se o exagero é meu ou da violência que está se alastrando cada vez mais e atingindo até mesmo os campus universitários.

Nos últimos dias os alunos do campus Maracanã da UERJ têm vivido de forma mais intensa as conseqüências do descaso total com a segurança dos cidadãos cariocas. Tivemos aulas interrompidas para saque dos alunos e professores, lista de equipamentos eletrônicos sendo apresentada à porta do setor telecomunicações para que fossem entregues a homens armados, assalto da lanchonete do curso de Direito, arrombamento de carros no estacionamento e até, pasmem, um estupro à luz do dia dentro de sala de aula da faculdade de psicologia na última quarta-feira.
Desde então os "seguranças" contratados percorrem com feiçao de pânico, inutilmente como se pode comprovar pela seqüência de fatos, os andares do prédio da UERJ no Maracanã. Antes de ontem por volta das 18 horas, como mais recente feito, algumas pessoas identificadas como assaltantes percorreram dois ou três andares do prédio levando pânico aos funcionários das secretarias, que diga-se de passagem estão em greve por condições mínimas de trabalho, que por seu turno se refugiaram na "segurança" de suas salas, enquanto os incautos alunos e professores, ignorantes da situação, continuavam suas atividades sem saber do perigo que corriam.
O mais incrível é que sequer uma viatura da PM poderá ser vista no campus. Nada, aparentemente, foi feito. Para o turno da noite assistir às aulas está se tornando um exercício de auto-controle ainda maior, face a este absurdo extremo. Não podemos nem ao menos nos sentir seguros dentro de um prédio oficial. Na Uerj hoje vive-se o Des-Estado. Peço a todos que, dentro das possibilidades de cada um, repassem esta mensagem a quem possa, de alguma maneira, agir para que fatos como estes não venham a se repetir.

Cris Passinato

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