Relembrando João Paulo II
Disseram que quando queriam afastar João Paulo II das suas lidas de pastor, agora que estava alquebrado, aparentemente incapaz de grandes tarefas, perguntou brandamente se por acaso Jesus pedira para descer da Cruz... O cérebro muito mais resistente que o corpo de ancião, a alma inteira feita de coração...
Esse homem entre homens, amado até pelos que não eram de sua Igreja, que conheceu os horrores por que passou a Polônia, que foi um belo jovem ator, amante de esportes e artes e que resolveu dedicar-se ao incondicional Amor, esse mais amplo, por todos os homens, esse homem que beijava a terra da Terra onde chegava, que falava línguas várias, chama de Pentecostes, instrumento Real, esteve um dia em Belo Horizonte e não pude ir vê-lo porque tinha no ventre imenso meu caçula, mas o senti perto, ouvindo nas rádios, por dias, sua voz falando de um belo horizonte visto do alto, na praça que hoje traz seu nome... Esse homem entre homens, guiado pela energia maior, um dia, de Roma, transmitiu-me uma bênção, através de monsenhor Valtepe... Abençoou meu trabalho com adolescentes carentes e todos os que por mim passavam... Enviou uma foto, que os jovens pregaram no quadro de avisos e que depois mandei ampliar...
Sei que toda uma geração de pessoas de bem frutificaram ali: como não florescer após a bênção de tal semadura? Adeus, meio até breve, pois parodiando Cecília Meireles (*), penso que sendo o céu redondo, um dia nos encontraremos...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
(*)
...que em sendo a Terra redonda
um dia nos encontraremos...
Cecília Meireles