TENTATIVA
No começo, eu queria escrever sobre uma jovem francesa, que era serva de um feudo, localizado na França. Era mal tratada pelo seu senhor e desejava vingança.
Mas, entrei num conflito existencial. Por quê escrever uma história passada num outro país? Sou brasileiro! O Brasil é tão lindo, não deve nada aos outros países, principalmente, aos europeus. Contudo, tenho a liberdade de escrever sobre o quê quiser, certo?
Porque não contar história sobre as duas? Mas como? Escrevendo...
Uma era serva a outra, escrava. Apesar de viverem em lugares distantes e culturas diferentes, tinham alguns pontos em comum: a falta de liberdade, humilhações, miséria e sentimento de vingança.
As histórias de ambas são o seguinte: os seus senhores, destruíram suas respectivas famílias. O senhor do feudo matou o pai da moça francesa. Enquanto, o coronel do engenho, separou brutalmente a jovem escrava de sua mãe. Elas decidiram se vingar. Aprenderam a manipular ervas envenenadas, matando seus algozes. Ninguém soube que foram elas, porque( não sei se isso é possível?), os venenos que elas prepararam, não possuíam vestígios. A reação dos venenos simulavam um ataque cárdia.
Mas, com o passar do tempo, descobriram que não adiantou, matar os dois senhores. O mau estava inserido, nas estruturas das sociedades em que viviam. Continuaram as injustiças, os desmandos e a impunidade.
Vieram outros algozes para atormentar suas vidas, de seus amigos e de suas famílias. A situação era muito mais complexa do que elas podiam imaginar.
Fiz uma mistureba de vários fragmentos de histórias, filmes e novelas para fazer a minha história. Está uma droga, porém, pelo menos tentei narrar a saga dessas duas jovens mulheres, que apesar das barreiras da distância, da língua e da cultura, tiveram a mesma história de vida.
O interessante é que, ao observarmos a história da sociedade, veremos como esses sentimentos e situações são universais: vingança, onipotência, egoísmo, egocentrismo, a crueldade, a miséria, a violência e o amor. E como eles regem a ações dos seres humanos.
Eduardo Oliveira Freire