CLARISSE INDIO DO BRAZIL, MINHA AVÓ

   Clarisse Lage Indio do Brazil, casada com o Almirante Senador Marquês pelo Vaticano, Arthur Indio do Brazil, não teve filhos e adotou a filha do seu cozinheiro chinês Li Po (naturalizado Afonso Lirio), Ruth Indio do Brazil, que veio a ser minha mãe. Clarisse I. do Brazil, é minha avó.

   Clarisse I. do Brazil, foi assassinada por Mario Coelho em 6 de outubro de 1919, na Cidade, em um carro Landolet, enquanto esperava seu marido que saísse do escritório na Rua da Alfandega. Eles moravam em Botafogo, na Rua Voluntários da Pátria.

      Clarisse levou um tiro de revolver dentro do carro, o assassino atirou pela janela, isso NO DIA 6 DE OUTURBO DE 1919. Foi levada para a Casa de Saúde S. Sebastião, aonde veio a falecer no dia seguinte,  dia 7 de outubro de 1919. O assassino, taquígrafo do Senado e funcionário da Estação Leopoldina. era viciado em cocaína e álcool, e estava cheio de dividas.

      A mulher do assassino, Alice, pediu a intercessão do Cardeal Arco Verde e escreveu um bilhete para que Clarisse perdoasse o assassino. Quando o emissário do Cardeal chegou na casa de Saúde, Clarisse estava morrendo. O marido dela, o Senador Índio do Brazil, estava ajoelhado ao lado da cama e depois de ouvir o pedido de perdão, as ultimas palavras de Clarisse, foram:

   - Perdoa, Coração (era assim que Clarisse chamava o marido).

   O assassino pegou 20 anos de cadeia e saiu em  Condicional com 10 anos de prisão - foi aí que ele se matou.  

      Tenho um livro com todos os poemas e cartas das mais notáveis escritores da época para o Senador I. do Brazil - e um poema da poetisa Esther Ferreira Vianna Calderon, estou te enviando esse poema, Leila, com as últimas palavras de Clarisse I. do Brazil disse: “Perdoa, Coração”.

             IMMACULADA

                                      Para a alma muito branca de D. Clarisse Indio do Brazil.

E a alma de Clarisse,
em ultima expansão,
pedia com meiguice
- Perdôa - Coração!

A arvore frondosa
produz o alento e a vida,
na fructa saborosa,
da propia flor nascida.

Nós somos fructo e flor,
- Fatalidade ou norte.
 E a vibração do - Amor - 
é o nosso alento forte.

 Si a alma é bem formada,
 perdôa, terna e santa 
e altiva - Immaculada -
em tudo se alevanta.

E a alma de Clarisse,
 em ultima expansão,  
pedia com meiguice 
- Perdôa - Coração! 

Porque, na sua alvura,
o lyrio é, no lyrial,
 o que a alma é quando pura, 
 no engaste celestial 

Nossa alma, branco lyrio,
  si  é  forte em sua fé
na gloria ou no martyrio,
espalha o bem e crê!

E crê, serena e pura
em plena luz, sem véo,
exalta a creatura
e faz da terra um céo!     

E a alma de Clarisse,
em ultima expansão,
pedia com meiguice
  - Perdôa - Coração!

25 de Janeiro de 1920
Esther Ferreira Vianna

Minha mãe tinha 9 anos de idade quando a mãe adotiva e madrinha dela, Clarissa I. do Brazil, morreu, em 7 de outubro de 1919. Como nunca mais se casou, Arthur I. do Brazil, criou minha mãe até 1932, quando ele morreu. Minha mãe foi herdeira universal do casal. Fez um péssimo casamento com meu pai, um homossexual, que destruiu toda a fortuna dela. Anos mais tarde, eu fui a primeira filha de minha mãe - e NASCI DE NOVE MESES - NO DIA 7 DE OUTUBRO, a mesma data de morte de Clarisse. Eu não uso o nome I. do Brazil, uso somente o do meu pai.

Clarisse de Oliveira

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