O BRASIL PERDE JOSUÉ MONTELLO
Quando publiquei "Crítica da escrita", enviei um exemplar pelo Correio paraJosué Montello. Ele me respondeu, tempos depois, com uma cartinha que guardo como uma lembrança grata e uma alegria sempre renovada:
"Meu caro Rogel Samuel:
"Desculpe este seu admirador e amigo por não ter ainda acusado o recebimento de "Crítica da escrita". Não quis fazê-lo sem ter lido o volume. Agora, porém, posso dar-lhe o meu abraço de parabéns pelo muito que aprendi com você. O estudo sobre o Rosa é mais do que excelente - é perfeito. Um grande abraço deste seu velho admirador e amigo. Josué Montello. 20.5.81".
Josué Montello era um grande escritor, possuía uma prosa clássica, machadiana.
Dominava a técnica narrativa e escreveu muito. Muito mesmol. Além dos romance, há suas
Crônicas, discursos e ensaios. Foi colaborador permanente do Jornal do Brasil, a partir de 1954. Era um excelente orador, perfeito e elegante, de improviso.
A última vez que o vi foi na Avenida Atlântica. Eu vinha com minha mãe quando o avistei.
- Ali vai o escritor Josué Montello, eu disse para ela.
Ele percebeu e veio na nossa direção, cumprimentar-nos.
Lembro com felicidade quando, em Paris, vi na vitrine de uma famosa livraria seu romance «Les Tambours noirs», tradução francesa de "Os tambores de São Luís" por Jacques Thiérot, Marie-Pierre Mezeas, Monique le Moing. (Paris: Flammarion, 1987). Recebeu o "Grande Prêmio da Academia Francesa, 198".
Escreveu, entre outros:
Janelas fechadas. Rio de Janeiro: Pongetti, 1941. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
A luz da estrela morta. Rio de Janeiro: José Olympio, 1948. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
Labirinto de espelhos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1952. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
A décima noite. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.
Os degraus do paraíso. São Paulo: Martins, 1965. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. 6ª. impressão.
Cais da Sagração. São Paulo: Martins, 1971. 9ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
Os tambores de São Luís. Rio de Janeiro: José Olympio / INL, 1975. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991. 6ª. impressão.
Noite sobre Alcântara. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. 3ª. impressão.
A coroa de areia. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 1ª. impressão.
O silêncio da confissão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. 2ª. impressão.
Largo do Desterro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. 2ª. impressão.
Aleluia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.
Pedra viva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1983. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 2ª. impressão.
Uma varanda sobre o silêncio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 5ª. impressão.
Perto da meia-noite. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. 2ª. impressão.
Antes que os pássaros acordem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. 2ª. impressão.
A última convidada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. 2ª. impressão.
Um beiral para os bem-te-vis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. 2ª. impressão.
O camarote vazio.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. 3ª. impressão.
O baile da despedida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. 8ª. impressão.
A viagem sem regresso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. 4ª. impressão.
Uma sombra na parede. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995. 3ª. impressão.
Rogel Samuel