Museu-Casa Alphonsus de Guimaraens

Adoro museus, acostumada como fui, desde a infância em Juiz de Fora, a ir ao Museu Mariano Procópio, freqüentemente, e, à época de Gazeta Comercial, a fazer entrevistas lá — como, por exemplo, com D. Geralda Armon, a então diretora, ou com a artista russa, idosa e talentosa, Katherina Zalentzeva, ou ainda  com Itamar Franco, político da cidade. Fui também a muitos coquetéis lá. Meus primos e amigos vinham de férias e corríamos para "clorofillar" no Parque Mariano Procópio, onde fica o Museu, parque que abrigou D. Pedro II, poeta e fotógrafo, que escreveu sob os efeitos de uma noite de luar um belo texto.
Em viagens, onde passava por um museu, lá ia eu, por puro prazer.

No ano passado (2007), estive em Mariana para lançar lá, na I Mostra Internacional de Arte Aldravista, meu livro de contos Mulheres de Sal, Água e Afins (Editora Urbana/RJ-Libergráfica/BH). Após a adorável noite do lançamento, onde tivemos sarau poético com alunos e poetas aldravistas e a apresentação do DUO VIOLAR, de Ouro Preto, fui, pela manhã, conhecer melhor a Casa de Alphonsus de Guimaraens, onde acontecera o evento e onde a Mostra continuava.

Fiquei simplesmente encantada com a atenção que recebi do guia, sentindo na pele da alma a história do poeta simbolista. Gostei tanto que quando a poeta e jornalista Brenda Mars ali chegou, com Beto Ferris, revi tudo, acompanhando-os a visita, agora com outro guia, igualmente atencioso... Brenda e eu passamos algum tempo estudando as possibilidades de um sarau no quintal da vetusta e valiosa casa, observando uma passagem no fundo do mesmo com vista que dava para a casa de Bernardo Guimarães, tio de Alphonsus; foi como se nós, adultos, tivéssemos sido embalados pela magia do tempo... Agora imagine-se como as crianças e os adolescentes não se sentiam.

Ir ao Museu de Alphonsus de Guimarães, conhecer seu eterno amor pela prima-noiva Constança, ver a louça usada por ele, pela esposa Zenaide e pelos filhos, ler as cartas naquela caligrafia antiga e bela, sentir o espaço onde viveu o poeta, foi (e é) algo imensurável demais para descrever a contento. Incluí fotos e palavras na palestra que fiz para o Curso de atualização cultural de Heloisa Paiva, ministrado por mim no Salão do Loyola, sobre o Simbolismo. Distribuí "Ismália" e um grande número de mulheres presentes conhecia de cor o poema aprendido na escola. Também presentei-as — bem como aos os poetas que participaram do Paz e Poesia, evento que aocnteceu em 30 de março na capital mineira — com  poemas dos aldravistas, os poetas atuais de Mariana, que optaram pela metonímia, cujos expoentes são Gabriel Bicalho, Andréia Donadon (Deia Leal), J. B. Donadon, Sebastião Fereira (J. S. S. Ferreira) e ainda D. Hebe Rola.

Saber dessa ação de convidar o público para conhecer o museu em sua rotina, encanta-me!

Clevane Pessoa

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