EU, DECANO DOS POETAS DE SAQUAREMA

No dia 28 de maio celebrou-se, no Teatro Municipal de Saquarema, o centenário de nascimento de José Bandeira, poeta saquaremense, pescador, funcionário público, seresteiro, musicista e, sobretudo, compositor do belo Hino de nossa cidade, brilhantemente executado, na abertura do evento, pela banda musical do Colégio Oscar de Macedo Soares, sob a regência do Vinícius, neto do homenageado. Com a iniciativa digna de encômios do jovem vereador Rafael Pinheiro, o apoio da Secretária de Cultura e Educação - a Profa. Ana Paula - , do vereador Cabral - presidente da Câmara Municipal -  e do Procurador Geral do Município, o poeta Antônio Francisco Alves Neto - o Chico -,  do ex-prefeito Jurandyr - poeta da retórica -, a família Bandeira, tendo à frente a matriarca Maria José, reuniu, sob a batuta da jornalista e editora Dulce Tupy, uma seleta platéia, que aplaudiu fervorosamente os lindos vídeos, feitos pelo neto Augusto, o Segundinho. Emocionou-me muitíssimo ver, naquele glorioso palco, Nelson dos Santos, o Nelsinho pintor, que mais do que com  suas parcas e exatas palavras, falou com seus olhos, pintados com o azul do mar de Saquarema, e com aquele sorriso, misto de ternura e sabedoria de filho de pescador. Convocado para dizer algo, fui até ao palco e disse, mais ou menos, o seguinte: que, quando minha querida Dulce veio até minha casa trazer o convite para a efeméride, dela ouvi uma frase, pronunciada pela Zezé, segundo a qual eu sou "o mais velho poeta de Saquarema". Adorei o epíteto que, de imediato, me fez sentir-me um Matusalém e um Noé, saído da arca com todos os bichos da Terra. Comecei, então, a relacionar os poetas de Saquarema, cidade-receptáculo de artistas de várias palhetas e linguagens. À frente da lista, está Alberto de Oliveira - Príncipe dos Poetas Parnasianos Nacionais -,  seguido por Walmir Ayala -, saudosíssimo e  com quem convivi intensamente -, José Maria Delgado Tubino - um extraordinário personagem, diplomata e cuja casa, em Itaúna, foi construída sobre troncos de árvore -, Roseana Murray - para mim, crítico literário e professor-universitário, a melhor poeta atualmente no Brasil -, Juan Arias - jornalista internacional -, Camilo Mota, jornalista do excelente "Poiésis" -, João Costa - trovador inveterado, que teve, alguns anos, o único sebo da Região dos Lagos, por mim  freqüentado com euforia -, Marinho - jornalista e poeta de sensualidade marítima -, Ana Maiolino - enfermeira que não consegue nos curar das saudades -, e, como chave de ouro de minha improvisada lista -, Chico, o mais jovem poeta de Saquarema. Face ao elenco poético saquaremense, vi-me, então, como o mais antigo  da Sociedade dos Poetas Vivos de Saquarema, onde a imagem (Bandeira) de José Bandeira nos inspira e nos incentiva a criar poemas em seu próprio habitat e no lugar mesmo das Musas.

Latuf Isaias Mucci

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