terça-feira, dia 11(***), eu encontrei Chico César próximo à feirinha de Tambaú. me apresentei e lhe dei o meu livro ODE AOS DEUSES / depois fui ao Café Empório onde se realizaria o sarau Café em Verso e Prosa em homenagem ao poeta Lau Siqueira. ao chegar, pra minha surpresa, o Chico estava entrando no Empório entrei também, estava lotado, e só havia um local para sentar que era exatamente atrás de Chico César que estava na mesma mesa de Lau a atriz Susy Lopes apresentou sua performance com os poemas de Lau, em seguida instigou os presentes a recitarem poemas, depois de vários poemas serem lidos Chico se levanta com meu livro nas mãos e diz que acabou de recebê-lo de um poeta enquanto vinha pro sarau e queria ler um trecho, as estrofes 141 e 142 de ODE AOS DEUSES, que eu transcrevo a seguir:
eu sou tudo pra mim e por mim até o máximo
me desliguei dos deuses pra ser um deus sozinho
eu sou único e último e o meu único próximo
sumi com o superser e os semelhantes por lei
até quando não sei eu sou o meu ser supremo
não obedeço aos óbices nem se de olorum enviados
de nenhum capataz ou capanga não capaz
que é maior que temer a tentação de teimar
sou mandante de mim mesmo e nem a mim obedeço
que ter o que fazer nem se de fácil feitura
pode ser excelente ao extremo dos êxtases
todavia ter que fazer nem se o feitor for o fado
é demasiado ruim pra quem se rege o reino
nenhum egum glutão das glebas glaciais
regular-me-á o ir pro íntimo dos imos
de fora até o fundo de meu frenético ímã
por ser de ética hepática de extensa tradição
nem no mínimo mecânico de moto peristáltico
que me morfoseio em ente pro êxito de existir
mas do máximo cinético de quem eu sou por ser
de dentro até a derme de meu dínamo ôntico
eu regulo a gula e o gume de gourmet
dum behaviorista bog do bolsão de insciência
ao escrever evoés em estrofes de antever
o meu ódio poliódico à paz-passividade
que do cômodo quarto em cármicas mimeses
edifica um canto de cada qual no seu canto
e desmistifica um ídolo de indolentes indos
com trovas contraria a não contrair crenças
a ataviada atividade que se atira nas coisas
como se coisa fosse quem se ferra por fé
e o atávico ativismo que não ativa o cérebro
do fastidioso fard a favor das divindades
que atrai e fanatiza os de frígido filo
que retrai e fragiliza os de flácido falo
com suas setas de chumbo pra não se chupar as xenas
meus parabéluns pra paz de não se pôr clemente
que o combate contra os castigantes deuses
tem vantagem avante pra altitude astral
de não sujar de sangue ou santo ou inocente
o campo de batalha que os bárbaros batizam
porque não há inocência por iluminação íntima
nem santidade surreal no céu do misticismo
e se de quando em quando a caquética paz
entope meu coração com coalhos de calmaria
é só pra externar que meu exército encefálico
carece de começar sem comércio de tréguas
novos combates contra as contraditórias réguas
houve um grande silêncio e estranhamento por parte da platéia, que ao final da leitura aplaudiu em seguida Chico disse meu nome e telefone, que estão no final do livro, pra quem quisesse entrar em contatojá perto do sarau acabar eu me aprensentei a Lau Siqueira e lhe presenteiei com ODE AOS DEUSES, ele foi muito gentil e me retribuiu com o seu TEXTO SENTIDO a seguir transcrevo o comentário de Lau a respeito deste momento, que se encontra em seu blog POESIA-SIM-POESIA:
CHICO CESAR
Terça-feira, no sarau Café em Verso & Prosa (ver postagem anterior), fui apresentado ao poeta Joedson Adriano da Silva Santos de forma bastante inusitada. A primeira vez que o notei sua presença foi quando da chegada de Chico Cesar, com um livro na mão. Docemente provocado pela atriz Suzy Lopes, Chico disse que iria ler um poema de um poeta que lhe deu um livro, poucos momentos antes, na chegada ao Empório Café. E leu um texto bastante complexo e denso, desse poeta. Antes do final, o poeta se aproximou e, gentilmente, me presenteou com o seu Ode aos deuses. Gracias, amigo!
foi uma grande noite pra mim
meu muito obrigado a Lau Siqueira e a Chico César
lau siqueira disse...
Foi uma grande noite pra mim, tb, bróder. Vc tem um texto poético digno de melhores estudos. Por exemplo:qual é a poesia épica do nosso tempo?
Um abraço!
Lau
Joedson
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(***) O evento reverido pelo autor ocorreu no dia 11 de agosto de 2009, na Paraíba.