"Terrível, mas só contra os insetos. Contra os insetos."

Este, o slogan publicitário de SBP. Fui ler a bula, em letrinhas absolutamente miudas no rótulo. Diz que o solvente dos inseticidas convencionais é querosene, que agride as vias respiratórias das pessoas e que o SBP usa água, solvente não agressivo. O princípio ativo é um veneno usado como defensivo pelas flores na natureza, a piretrina. Como age? A Piretrina simplesmente paralisa o sistema nervoso central dos seres vivos que entram em contato com a substância. Por isso, recomenda-se no rótulo, não deixar que pessoas, animais ou peixes em aquários permaneçam no local de aplicação. Também não deve haver utensílios de cozinha expostos, na hora de aplicar o produto. Ou seja: ele é, sim, danoso à saúde das pessoas. Mas como todo mundo assiste TV e na TV se diz exaustiva e taxativamente que o SBP só faz mal aos insetos, outro dia peguei o meu padrasto espargindo SBP na sala, sentado defronte a TV, como se realmente o inseticida fosse inócuo para os seres humanos, coisa que não é. Ao alertá-lo sobre o perigo, ele simplesmente perdeu a paciência comigo e me pediu para não amolar. Vale o que a TV diz. Como meu padrasto, quantas pessoas neste momento, por todo o Brasil, estarão espargindo esse maledeto desse veneno em comida, crianças, animais domésticos e agravando o já triste quadro de atendimento na saúde pública brasileira?

Pedro Zeballos

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