Tempos atrás eu espalhava poesia poesia e crônicas ao relento. Na primavera de 90 floresceu-me um nome, também ao relento: Pax. Vieram os amigos literários, os heróicos irmãos dos alternativos e fanzines. Gente que sabe que escrever é respirar, e o texto, a mais sublime forma de oxigenar. Pois bem, entrei neste front. Besti mil máscaras, encarnei mil papéis e, três anos após a publicação de Paz nº 0 (o qual sinceramente espero não ter sido um zero à esquerda), o fanzine ressurge das cinzas. Há quem sugira a mudança do nome para Fênix.
Não há periodicidade definida. E daí? Qual o problema? Afinal, meus sentimentos também não a tem. Nosso país também dá pena. Ocorrem-me personagens bravios que preenchem mundos vazios. É o rapaz da xerox que se emocionara com alguma poesia despretenciosa, mas preciosa. É o colega escritor que, apesar da distância, encurta-a com versos amigos. É a carta que caprichosamente escolheu para ser lida sob a atmosfera fria de um ônibus urbano, rumo à madrugada — tuaregues que somos, só agora recebemos essa carta. Enfim, abro a mensagem daquele amigo a quem só conheço por versos... E o poeta escreve dizendo que está com câncer e assim finaliza seu pergaminho moderno: "Sem mais para o momento, pedimos pensamento positivo, orações por nós, muita paz".
Pax!.. Preencha sua vida com muita gana. Faça bom uso de seu livre arbítrio. É o melhor jeito, com certeza, de estar ajudando um menestrel.