Referenciando a Erich Von Daniken, pergunto-me; por que as pessoas se alteram quando se fala em Deus ou dinheiro, de uma maneira desfavorável às suas convicções, ou acomodação?
Pergunto porque recentemente dois fatos, envolvendo pessoas a quem chamo de amigos, me surpreenderam.
Primeiro. Uma amiga querida, com quem troco idéias vez ou outra, desconversou quando lhe apresentei algum questionamento com relação à existência ou ao papel de deus em nossas vidas. Todo e qualquer assunto, costumamos tratar sem preconceitos de qualquer espécie, mas esse se revelou um tabu muito grande para ela.
Pessoas esclarecidas, em geral, também apresentam esse “temor” de deus, como se, apenas por discuti-lo, pudessem ser “castigados”. O que é um “castigo divino”? Se a palavra de deus for algo como: segue minhas leis, ordens e mandamentos e contarás com minha graça mil vezes prefiro dispensar esse deus, pois que se parecerá muito com uma raposa da política nacional (algo como ACM, FCH, Roriz, PT em geral, Brizola, essas escórias humanas..).
O que tem a ver a atual idolatria a deus e a dos antigos povos multideificados? Não seria melhor, nos dias de hoje, que tivéssemos diversos deuses, um para cada causa específica? Nesse ponto os católicos são os que mais se aproximam da versatilidade de gregos, egípcios e romanos (para ficar nos mais famosos). Com seus santos variados, eles se satisfazem (e mantém uma desesperada esperança) nas mais diversas dificuldades. Têm até santos (deuses) para se protegerem de dívidas financeiras! (refiro-me a Santa Edwirges).
Quanto a dinheiro. Um outro amigo (assim considerado) desconversou e “sumiu” por uns tempos quando lhe pedi 40 reais por alguns dias. Foi em um fim de semana, quando estava com alguns trocados no bolso e pretendi visitar pessoas queridas que moram a 100 km de minha cidade. Esse amigo alegou: “não sei como está minha situação no banco” e parece-me que deixou de me procurar, talvez pensando que minha dificuldade financeira daquele momento fosse algo permanente e que voltaria a lhe pedir dinheiro emprestado (apenas para esclarecimento, acabei conseguindo o dinheiro com a empregada doméstica de minha sogra, que mora perto de casa). Duas ou três semanas depois do evento, procurei-lhe chamando para tomarmos nossa cerveja sagrada de final de semana – o que deixa claro ser eu uma pessoa não rancorosa –, ao que ele prontamente se prontificou.
Hoje estamos “de bem” novamente. Ele parece estar aliviado por eu não mais precisar de seus (em)préstimos nessa área.
Os protagonistas dessa história são duas pessoas muito queridas, que demonstram ter apego a duas entidades muito importantes na vida do Homem deste final de século/milênio: deus e dinheiro. Para cada um deles, este e aquele lhes representa importância capital. Com a mesma (acredito eu) indignação que a amiga ouviu minha contestação de sua crença no divino, o amigo respondeu à minha intromissão em sua vida financeira.
Concluindo: qual dos dois deuses é realmente importante para que nossas vidas prossigam com dignidade? Sem dinheiro e com deus é uma boa opção? Ou seria melhor sem deus com dinheiro?
E quanto àqueles que não se apegam a nenhum dos dois –
meu caso? São indignos de compartilharem o espaço social
atual?