Tive alguns contatos pessoais com Jore Luis Borges  e Maria Kodama há quinze anos. Ela é muito gentil, mas meio "patrulheira", se assim posso afirmar. Também não sei se na época, como ela tomava conta do Borges nas viagens e em tudo, tinha que estar sempre ligadona, pois ele cego e inquieto, queria participar de tudo e muito interessado por tudo e por todos. Eu conversava muito com ele, quando tinha oportunidade.
Meus contatos com ambos eram fora da literatura e muito  superficiais. Foram no campo da hotelaria. Uma vez, quando lhe falei que era  da Bahia ele se exaltou! Foi logo me perguntando qual o significado da palavra tabuleiro e começou a cantar: no tabuleiro da bahiana tem... Disse-me  que era a palavra mais bonita do português. Numa das viagens deles a NY,  Maria me trouxe um besouro esculpido em pedra, do Egito, sujo de terra para  dar sorte. Estou com ele bem junto aqui do micro. Tansmite uma energia  fortíssima, não só por si, mas pelas mãos de quem o me presenteou, é muito forte.
O resto era papo normal do quotidiano de situações  corriqueiras, como num dia em que, ele já bem velhinho e ela atarefada, além  de atabolhoada, em NY, esqueceram-se de fechar o ziper da calça dele. E lá  estava ele em público naquela situação. Eu que tive de consertar a cenário. E  muitas outras historietas.  
 

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