AS AMAZONAS - Orgulho de uma raça, Danna D.
CAPÍTULO V
A imagem era impressionante. Mulheres de aspecto feroz, adornadas em
traje de combate, formavam poderosa tropa de cavalaria. Armadas de lanças,
machados, arcos e flechas, bradavam furiosamente contra o odioso
jugo masculino.
Onitia, belíssima com seus cabelos escuros revoltos, cavalgava
à frente, majestosa, brandindo seu famoso machado de lâmina
dupla. Scylla, seu braço direito, acompanhava-a um passo atrás.
Com uma fúria exacerbada, as raivosas guerreiras invadiram Atenas,
empenhadas em aniquilar o reino daquele que ousara ultrajar sua soberana.
Travara-se, então, uma batalha cruel. Os gregos, que aguardavam
este ataque há tempos, uniram-se em torno do heróico
Teseu, tornando patente sua superioridade numérica.
Onitia e Scylla, combateram lado a lado, desferindo e aparando golpes,
cobertas de sangue dos pés à cabeça. Incansáveis,
as Amazonas avançavam cada vez mais até alcançar
o palácio real, onde divisaram Teseu lutando bravamente. A
seu lado, de espada em punho, Hippolyta defendia seu amado.
À frente de suas guerreiras, Onitia, por um momento, quedara
paralisada. As duas rainhas entreolharam-se atônitas e baixaram
as armas instantaneamente.
Foram segundos – para Onitia uma eternidade. A batalha à sua
volta continuava, com as Amazonas em inferioridade. Subitamente, um grito
feminino e Hippolyta sucumbe, transpassada por uma espada grega. Onitia
sente, antes de ver o golpe e atira-se em sua defesa. Tarde demais. A rainha
das rainhas jaz morta a seus pés. Teseu urra, desesperado, tentando
reanimá-la em vão.
No mesmo instante, falta à Onitia o braço esquerdo, acometido
por repentina dormência, e ela cai abatida pelo inimigo.
EPÍLOGO
As Amazonas foram praticamente aniquiladas em Atenas.
Teseu, após curto tempo casou com Fedra, filha do rei Minos, de Creta, que tornou-se madrasta de seu filho Hippolyto, a quem no futuro muito iria prejudicar.
Scylla conseguiu resgatar Onitia com vida. Ambas partiram sem rumo em
busca da realização de um sonho: uma terra desconhecida,
onde pudessem viver livres e respeitadas como mulheres.