Diálogos e reflexões...

— Não é possível que ela tenha aquela pele vivendo nesse clima tropical...
— Mas ela não pega um tico de sol, pode ver como é branca!
— Mas, cá pra nós, deve fazer um laser de vez em quando, não?
— Que eu saiba, não. Desde adolescente, ela tem essa pele. Coisa da família mesmo.... genética.
— Mas, esticadinha? Deve ter feito um lifting, com certeza que fez!
— Bem, se fez, foi coisa pequena, nunca notei nada, e nem tinha rugas!...
— Ah, você fica defendendo porque é amiga dela! Vai me dizer que ela  já não fez lipo?
— Não sei, pode ser que sim, mas ela malha todos os dias, faz musculação há vinte anos, cuida da alimentação, faz ergometria, tem até personal  e  massoterapeuta.....
— Não se pode falar nada dela, né?! E botox? Vai dizer que ela não faz... faz, sim, e muito!  Então, só eu que faço?

O diálogo travado em plena sala de espera de uma dermatologista me deixou pensativa. A quem as mulheres bonitas incomodam? Se o rosto é belo, é fruto de várias plásticas; se a pele é viçosa, tem que haver mistérios, pois a natureza não é Mãe... Se o corpo é bonito, é fruto de lipos, silicones, ou é mulher que vive doze  horas  por dia numa academia. A beleza virou algo ilícito? Qual o demérito de ser bela, ou de se  ter um lifting na folha corrida, um silicone em local estratégico, ou aplicações de botox? Nada descaracteriza a mulher quando há bom senso. Se a mulher é bonita, os recursos atuais irão prolongar a  jovialidade e  beleza. Por que estigmatizar as conquistas médicas e estéticas, que são fruto da evolução científica? Quando a mulher perde  a noção e apela para métodos que tiram suas caracteristicas, aí é lamentável. Felizmente, a maioria  está ótima; com  botox, lifting, silicone, malhação, ou sem nada disso, mas com a cabeça em ordem, com as rugas, celulites, e flacidez... Creio que  a beleza alheia apenas incomoda àquelas que não estão bem consigo mesmas. Aí, já é caso de psicoterapia.
No mais, vamos em frente, sem aceitar imposições, usando sempre bom senso, priorizando o bem-estar emocional. Porque existe um outro lado: o de se  estar linda, jovem, e aparentemente maravilhosa, porém trazendo  em si um peso sem explicação, que impede que se enxergue até o colorido da vida...

Belvedere Bruno

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