A MILITARIZAÇÃO DO ESPAÇO – O PLANETA REFÉM

                 Na atualidade, sobrepaira – é bem o termo – sobre o planeta o perigo da militarização espacial, área já poluída, segundo se informa no documentário Pax Americana – A Militarização do Espaço (Pax Americana, EE.UU., 2009), de Denis Delastrac, por uns 600.000 (seiscentos mil) fragmentos, formando formidável lixo espacial, que não tem possibilidade de se limpar, pelo que, como advertido nesse documentário, há de se preocupar também com o meio ambiente no espaço e não só na terra.
                 Nesse notável filme, realizado e conduzido serenamente e sem alarmismos, tudo está dito e demonstrado sobre a questão.
                 Eis a assustadora problemática:
                 a) Sem o espaço, os Estados Unidos não efetivam mais nenhuma operação militar, hoje toda controlada por satélites, como, aliás, as comunicações em geral;
                 b) O espaço, por isso, tornou-se altamente estratégico e arena de guerra, constituindo o que, no jargão militar, se conhece por nova “parte alta”, que são, por exemplo, as colinas, cuja conquista e domínio eram e são imprescindíveis nos combates tradicionais para se conseguir êxito militar;
                 c) A presença militar no espaço só tende a crescer pelo fato de que é e será cada vez mais o novo campo de batalha;
                 d) As armas espaciais estão sendo celeremente fabricadas e aperfeiçoadas, não obstante as proibições de militarização da área, prevendo-se atingir qualquer lugar da terra em 30 (trinta) minutos e, futuramente, em 5 (cinco) ou 10 (dez) minutos, ficando o planeta refém dessa possibilidade de consequências dantescas;
                 e) Em decorrência disso, quanto mais cercado o planeta de armas espaciais, mais vulneráveis se tornam as populações;
                 f) A Europa não mais existe militarmente falando, o que é, paradoxalmente, nesse quadro anômalo, fator de desequilíbrio;
                 g) Tudo isso, ao invés de segurança, causa instabilidade, visto, como adverte o filme, estarmos à beira de um precipício nuclear;
                 h) “Seria, pois, melhor se fossemos [os Estados Unidos] fracos”, o que, lá, com as exceções pacifistas, ninguém admite;
                 i) Em conclusão, o debate sobre a militarização espacial é um dos mais importantes do século XXI, quando não o mais.
                 Por que as ongs internacionais, que gastam milhões trazendo canastrões hollywoodianos ao Brasil em campanhas milionárias (financiadas por quem?) contra o desmatamento da Amazônia, bem como as desfrutáveis ongs brasileiras soi disant ambientalistas não se preocupam (e se ocupam) também com a poluição (e militarização) espacial?

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                 Por fim, é de se lembrar que a Pax Romana significava a paz dos cemitérios, já que suas legiões “pacificavam” as regiões conquistadas por meio do massacre de suas populações. Mais ou menos (ou só mais?) o que se fez nos Estados Unidos e em tantos outros lugares com as populações indígenas. As colonizações portuguesa e espanhola incluídas (e como!).
                 É necessário dizer mais?

Guido Bilharinho

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