Caros amigos e amigas, de todas as raças, religiões, cores
e nacionalidades: milhões de palavras podem ser escritas e
os trágicos fatos acontecidos analisados sob todos os ângulos
possíveis e imagináveis — não só a respeito
deste setembro negro de 2001 como sobre outras datas infames da nossa História.
Mas, neste momento em que o terror gerado e alimentado pela ambição
e intolerância entre pessoas e povos evolui para as mais diversas
formas de aniquilação e horror, pacifico meu coração
e encontro a poesia. Não a minha, mas a de John Donne.
A verdade do ser humano é a sua própria vida, mas ele
só sabe que existe por causa do outro. Um único ser humano
sobre a terra não é absolutamente nada nem ninguém
— não é negro, nem branco, nem árabe, nem judeu, nem
palestino, nem americano, nem ariano, nem católico, nem muçulmano,
nem rico, nem pobre. A Humanidade são todos, e ela só pode
sobreviver por generosidade e compaixão e não por jogar o
"resta um ".
Os versos que transcrevo abaixo têm a força de todas as
palavras que eu gostaria de escrever agora. Leiam, por favor. Reflitam.
É apenas uma poesia, mas quem ousará desmenti-la?
"Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolada. Cada homem é
um pedaço do continente, uma parte do todo. Se um torrão
for arrastado pelo mar, a Europa é o mínimo, como se fosse
um promontório, como se fosse a casa de teu amigo ou a tua própria:
a morte de qualquer homem me diminui, porque estou envolvido com a humanidade
e, portanto, nunca mandes perguntar por quem os sinos dobram; eles dobram
por ti." (John Donne)