Os povos pedem paz

Desponta nítido o mapa dos anseios de todos os povos do mundo. Há um repúdio à guerra sob qualquer matiz que ela apresente, seja a suja e brutal do terrorismo, seja a da mais avançada tecnologia bélica mostrada pelos Estados Unidos para esmagar — que coisa ridícula — a mísera nação afegã.

Ao colocar a questão em termos arrogantes? — ''quem não é por mim é contra mim'' — Mr. Bush isolou o seu país. É verdade que todos, sem exceção, se solidarizam com a dor do povo ianque, face à hediondez do atentado. Há um consenso universal contra o terrorismo, jamais a favor da guerra. Se alguns governos se mostram dúbios, como o do Paquistão, por exemplo, o seu povo sai à s ruas com faixas e cartazes clamando pela paz.

Nesta encruzilhada, desponta a veneranda e fisicamente debilitada figura do papa João Paulo II, erguendo sua mensagem respeitável, sua força moral de líder de um dos credos mais seguidos pela humanidade, apelando para o bom senso, para a reflexão, antes de se usar a voz da metralha.

Líderes de sua projeção, ou simples pessoas da multidão anônima, têm um só pensamento. Ninguém quer a guerra, embora todos reconheçam a emoção de uma nação ferida em sua própria carne (e pela primeira vez, acrescente-se), ansiosa por uma resposta à agressão. A vingança, porém, só poderá conduzir a outras vinganças.

Já imaginaram se os japoneses quisessem vingar os mortos de Hiroshima? Se os vietnamitas pretendessem cobrar o preço daquelas crianças queimadas com bombas de napalm? E os povos africanos, humilhados e ofendidos por séculos e séculos? Os excluídos pela pobreza, pelo desamparo e a desesperança? A carnificina seria interminável.

As pesquisas e as ruidosas passeatas estão acenando para um só destino: a paz.

Blanchard Girão
Fonte: http://www.noolhar.com/opovo/opiniao/52735.html
Enviado por: Fernando Tanajura Menezes

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