Estamos aí, com ameaça da maior devastação que pode existir sobre a terra. Outras coisas, fenômenos da natureza como os que ocorrem no terremoto ou em outros elementos violentos não existem a mão ou a vontade do homem para acionar tal destruição. Um homem, um país ou um conselho inteiro, decidir a desgraça que cairá sobre outros seres humanos e sobre o planeta é no mínimo de uma discrepância intolerável. É preciso se julgar acima do Ser que criou a humanidade. Acima de Deus ou o nome que queiram lhe dar.
Nós que já vemos tanta coisa incompreensível querendo evitar a tortura da fome, da brutalidade e das doenças e horrorizados com o sofrimento humano em geral, não podemos compreender como por qualquer razão um ser humano pode ser a favor da guerra e da destruição. Mesmo que existam motivos relevantes e imprescindíveis a se resolver. Não é com a morte e a destruição que se abrem caminhos de paz nem com sangue que se consegue a liberdade e a vida.
Mesmo que assim fosse como seria horripilante que a única forma
de tranqüilidade e raciocínio fosse seres humanos se matarem
em nome de realização, vingança ou mesmo para conseguir
que seu país tenha a supremacia, seja de terras ou poder.
Não sou uma técnica, falo da vida, da poesia e da arte, da
música das letras, da literatura, do amor no sentido mais
amplo, procuro incentivar a admiração à natureza e
ensino o pouco que sei, continuando a estudar veementemente para que possa
também transmitir a noção exata de tudo que passo
adiante... Por isso não desejaria falar de guerras. Por isso não
queria estar aqui a dissertar sobre assassinatos legais. Além
de tudo a guerra traz em seu bojo uma covardia incompreensível.
Enquanto se luta por uma qualidade de vida melhor, tentando afastar a fome, e os cientistas fazem suas pesquisas para que as doenças encontrem um alívio ou salvação, a morte se faz presente com determinações de conselhos ou mandatários a guiar o destino da humanidade.
Depois de tudo, a ruína, destruição de terras menos potentes, falta de alimentação, quantidade inumerável de pessoas mortas ou feridas para sempre, tanto no corpo como na alma. A separação irremediável, ansiedade de não saber notícias, a dor, depressão, fome, amargura, revolta, e a decepção frente a impotência que o futuro da nação e da população dependa de decisões humanas e falhas.
Nunca vi uma guerra. Mas não precisa “ver” basta estudá-las e saber o que acontece ainda hoje com constantes contendas violentas, horripilantes e inacabadas, onde seres humanos valem menos que qualquer coisa e são apenas instrumentos para a ganância e conquista de terras e supremacias e conflitos. Onde crianças já aprendem a odiar com a mesma força que deveria ser usada para sentir esperança e dar crédito ao amor e aos sentimentos mais nobres. Onde adolescentes em vez de estudarem para encarar o futuro com determinação e lealdade estão aprendendo táticas para ferir mais covardemente o inimigo. E onde criancinhas, mostram o quanto são vítimas inocentes, pele e osso, por determinação dos adultos inconseqüentes.
E agora a guerra nuclear que devasta tudo no instante seguinte e a certeza que o progresso foi usado para destruir, apenas destruir. Isso me faz lembrar Santos Dumont, o nobre inventor do avião quando viu que um dos maiores inventos do século estava sendo aproveitado para as guerras e a destruição e seu sentimento de profunda depressão..
Estamos aqui a mercê da vontade de estadistas a resolverem a vida da humanidade, crentes que são os senhores do planeta e a lançarem seu ódio em pessoas que deviam estar lutando para um futuro menos sofredor, menos violento e com a marca da solidariedade e humanidade. Meu grito é de desespero nesse momento em que o mundo se horripila com a ameaça da desgraça de uma guerra. Não se pode em nome da liberdade praticar tamanha atrocidade, fruto de arbitrariedade, desamor, orgulhos desmedidos e uma supremacia que levará milhões de pessoas a uma morte fria e indefensável.