COMENTÁRIO SOBRE MEU CLÁSSICO DA BORBOREMA FAVORITO
(domingo — 4 de fevereiro — minha Raposa bateu o Galo do Bráulio por 1 a 0, gol de Stênio, nosso artilheiro)

Meu Campinense e Treze inesquecível foi a final do quinto campeonato consecutivo que a Raposa conquistou. Lembro-me da formação do pentacampeão paraibano naqueles tempos em que o Planalto da Borborema reinava absoluto sobre o litoral em termos de futebol: Augusto, Ivo, Zé Preto, Ticarlos e Janca; Tonho Zeca e Araponga; Zé Luiz, Ruiter, Cocó e Abelardo. O vice-campeão tinha um meio de campo que tocava o fino da bola: Germano e Soares, se não me engano. Seu centro-avante, Luís, era tão oportunista que lhe puseram o apelido de Garapeiro. O rubro-negro teve um jogador expulso, Zé Preto, pelo árbitro paulista Romualdo Arppi Filho, chamado para garantir a legitimidade do triunfo de qualquer dos lados, mas ainda assim ganhou por 2 a 1 a partida jogada no velho Estádio Municipal Plínio Lemos, onde era difícil encontrar um ângulo bom para ver bem o jogo todo. Tonho Zeca, o operário, e Araponga, o artista, encheram meus olhos de menino (tinha de 13 para 14 anos à época) a ponto de mais tarde lhes dedicar uma crônica intitulada "A flauta e o fagote". Um dos gols da tarde (se a memória não me trai) foi de Zé Luís, um ponteiro arisco que também jogou no Treze e hoje é vice-prefeito de Campina Grande. Ruiter, um sergipano espigado com tipo físico semelhante ao de Sócrates Brasileiro, atuou na França com sucesso. Cocó, vindo do ABC de Natal, era um artilheiro implacável. Antes desse time, jogaram na Raposa craques como Chiclete (que foi Morais na Portuguesa de Desportos) e, sobretudo, Salomão, um elegante virtuose, que brilhou no Náutico de Nado, Bita, Nina e Lala e no Santos de Pelé. Depois houve aquele time, também campeão, formado em Zé Pinheiro e Pedrinho Cangula ganhou um garajau de rapadura por gols marcados contra o Galo rival. Mas na minha lembrança este time pentacampeão foi o melhor esquadrão que meu rubro-negro formou em sua história de glórias, títulos e vexames.

José Nêumanne Pinto
2007

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