O dia do alicerce
O domingo acordou em outubro, onde a lua crescente inflama os humores e as obrigações.
Na anterior noite tive certa tempestade humoral dessas que repetem alguma coisa não está legal!
O meu enfado não dizia o que queria e jogava a minha indecisão nos ombros do outro companheiro!
Que raramente tenho certeza do que quero, sei !
Nem defeito ou qualidade estas coisas não mais importam, a dúvida surgiu já no nascimento, nunca consegui era um conflito imenso entre o mundo e eu.
Adorava os espelhos, neles meus olhos fixavam aquela pessoa a se olhar.
Foi desde então que vi o espaço e o tempo a rir dos lindos e distorcidos olhos despojados, nus à mercê do delírio.
Sozinha, desentendida reflexa, a menina vazia no vazio cheio de um mundo esquecido e só.
Sonhas muita renda branca na cabeça por isto pinta tanto os cabelos arrepia de se ver assim longeva.
Assim seguindo apenas indo, o destino me levou exatamente onde devo estar.
Nada de achar, conjeturai ou deduza isto, isto é coisa de se pensar Já me apresentei agora vamos aos fatos.
Conheci muito desses homens que se dizem políticos e que lutam para um novo mandato.
Na vida real, não reconheci nenhum deles, eram uns barbas-de-bode.
Também não importa ainda viva estou para sentir a rota do homem na terra e com sinceridade pelo muito que vivi crescemos companheiros como Fernando Pimentel me mostra coragem e segurança em seu pisar muito o admiro e orgulhosa de te- lo conhecido sou.
E o dia da eleição tem início, a mesma rotina de anos, os mesmos lugares, vendo grandes distorções, mas tudo bem pois a titã nos deu vida nova e certeza imediata.
No voto um alegre desespero, uma potência de cidadania desconhecida por muitos.
Sei bem o que é ser cidadã, ser mulher, ser mãe, trabalhadora, vencedora, ser tudo o que a sociedade humana propõe ao ser ainda infantil.
O povo brasileiro nesta hora mágica que podes exercer a liberdade de ser melhor.
Esse verso poderia ser bem mais histórico, mas me cansei, cheia de normas e sem certeza estamos ainda numa nau e em nove versos falo:
No arco rabeca cordas afinadas do violino soando surdez social.
Clarice mofa sorri indefinida.
O caminhante cansado, suando sente o bafo quente da República dos abacaxis.
A mídia perdida e pervertida iludindo os comedores de sonhos, dão iscas em vidas alheias.
Celebridades fabricadas neste grande colidiu. Envolvidos por façanhas substitutivas, nos transformam em um padrão previsível onde somos específicos, laboratoriais, robocops...
E tudo começou assim... Uma grande limitação entre coração e mundo.
Nos jardins dos fungoletos só há guerra e desassossego,nem flor colhe mais os espinhos são mortais.
Coração vivo pulsa forte, sonho ou pesadelo? Não importa, vivendo-os concebemos o vôo.
Em tudo há um grande disfarce ritmo desse denominador comum
Na representação do peculiar tom íntimo e singular a todos os acordes eletrizando o ritmo nos movimentos trajeto de sons no boneco.
Neste céu azul conduzindo noite, agora primavera escuro está ou estamos?
No caduco mundo só sonhos podemos comer?
Abraçados a pesadelos, habitando o mesmo ninho?
Coração escovado sabe, que o social podou o pardal.
O Brasil não é o país do futuro, e sim do agora .
Somos nós que temos que instruí-lo.
O mundo infantil é angustiante.
Odeio esses homens que tentam fechar os nossos olhos,
Para a humanidade emergente abitolada e sangrando.
Neste fictício imundo dos comedores de sonhos mas sei perfeitamente quando convocada e oscilante ser.
Infinito e eterno o momento único
Desmancha-se na contemplação da cena
E o galo canta na madrugada fria anunciando o alvorecer de um novo dia
É preciso vento para semear É preciso chuva para brotar
É preciso luz para florir É preciso consciência para contemplar
Justiça para cumprir é preciso
Ë preciso sofrer mudar...
Neuza Ladeira