sempre desconfiei de um deus que cria seu mundo sem antes imaginá-lo. convém, em cada gesto, ser um pouco criador, achar um frondoso improviso para o alfinete. fazer um objeto estilhaçar seu contorno. plantar na pedra um desejo de concretude e não um mero esboço de permanência. afinal, a matéria se forma depois de seduzida. por um deus? por um homem? não importa. é fácil gerar o mundo quando as coisas querem existir e já interferem no vazio.
Cândido Rolim