Poema para uma reação, proteção e brilho e seus reflexos

O  problema: sei  que não me compete sondar os mistérios. que  esses  não acabam  nunca. começam na  gente. assim, sejam  agora   reservados  os olhos  nascendo. o dia  é  da bruxa.   senão  sua   casa  de   brinquedo  desaparece.   as línguas  só  fazem c ada vez mais esclarecer e acentuar. por enquanto, coração pode  ter  alimento. na tarde mesma em que, por certo, andei embelezada.

A   inovação:   felicidade   contém   soleníssimas    volúpias. misturas lúcidas em gurtas de basalto, em ti mesmo saberás
impregnados  odores.  que enquanto lá ousei.  o mundo me tornou visível  logo. soberbo,  feito  para  apertar  e  soltar. minhas  pernas  exorbitam.  e  do  deserto  voltam para mil oásis.

O  resultado:  por sua base um arcanjo  lendário  repercutiu nesta  boca  amorosa.  hei  de  cravá-lo  n a   fronte,  antiga prece. quisera  saber  desse  tudo,  ninfo  do  ar. do  que  é enigmático e incerto. e olha o que era Deus!  minha própria incompreensão.

O  produto:  criado antes  do  tempo  das  sete   torres dos mortais. que sirva de terra aos evangelhos. querer entender é  uma  das  piores  coisas entre homens e mulheres. sorva, pois  uma vulva  se civiliza  à  tormenta do sêmen.  estrelam vagamente  as místicas.  assim  sejam  os uivos  do lobo  lá dentro. 

Composição:  e  quanto  pesa o céu?  por  semelhança, nós nos  dissolvemos  um no outro. e não procure mais repouso nas estações que se foram. tu me fazes igual aos alquimistas que   esperam   mudar  a s   fórmulas.  mas   esta   não  é  a enternidade,  não  é  a distância. é  a  revelação  que bate a alma só, num raio cristalizado.

Cristina Guedes



 
 
 
 
 
 
 
 
 

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