Eu me chamo nirvana, vindo do fim para ser o começo do nada, escrevo, não leio palavras, escuto palavras, me magoam as palavras.
A língua me dá medo, como pode, o que fere tanto, nos dar tanto prazer na hora do beijo; eu falo, beijem sem língua e amarão para sempre.
Sou nirvana, no fim serei o começo de tudo, de todos o dono do jogo, a roleta Russa, o escudo trincado, os rins paralisados, o delírio do diabo, corações limpos e o ódio petrificado.
Não usem a língua, não delirem, sejam livres, livres sem receio da liberdade, sintam, gozem do gozo da vida que acaba tão rápido.
Não sou nirvana, não sou começo, não vi o fim, só quero um beijo de língua para min, com todo veneno, não me importo se só for assim, sem medo, eu creio no que ainda está por vir, a língua sem beijo, mas não creio que tão cedo seja assim.
Marcos Henrique