Fragmentos de Rubáiyát

114

                    Todas as manhãs, o orvalho pesa sobre as tulipas, os jacintos e as violetas, até que o sol venha aliviá-los desse belo fardo. Todas as manhãs, sinto o coração mais pesado no meu peito, mas logo o teu olhar dissipa a minha tristeza.
 

6

                    Contenta-te com poucos amigos. Não busques prolongar a simpatia que alguém te inspirou. Antes de apertares a mão de um homem, considera se ela um dia não se erguerá contra ti.
 

146

                            Lâmpadas que se apagam, esperanças que se acendem: Aurora. Lâmpadas que se acendem, esperanças que se apagam: Noite.
 

12
                    Além da Terra, além do Infinito, eu procurava em vão o Céu e o Inferno. Mas uma voz me disse: "O Céu e o Inferno estão em ti mesmo".
 

52
                    Tu, cujas faces tiveram por modelo as flores do campo, cujo rosto parece o de um ídolo chinês, saberás acaso que o teu olhar de veludo fez o rei da Babilônia igual ao bispo do jogo de xardrez que foge da rainha?...
 

137

                    Tive mestres eminentes. Alegrei-me com os meus progressos e triunfos. Hoje, evocando o sábio que era, comparo-me naquele tempo à água que toma a forma do vaso e à fumaça que o vento dissipa.

Omar Kháyyám

Do livro: "Rubáiyát", versão portuguesa de Octavio Tarquinio de Sousa, José Olympio, 1955, RJ



 

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