Andrajos humanos sedentos por sexo caminham por um
umbral imaginário e me espreitam em meus marasmos literários.
Seus olhos férteis
protestam em meus pesadelos por linhas lascivas e me perco em gemidos
uníssonos.
Dormir torna-se um tormento: toques sutis flamejam
minha sonolência e mantenho uma vigília carnal com espectros
cegos de si mesmos;
olhos abertos apenas para o meu sexo.
Orgasmos vagos tomam minhas noites. Estremeço
a cada ocaso e me perco em um labirinto de reticências concupiscentes.
Agora, adormeço sob hipérboles de prazer incessantes, rodeada
por braços e pernas que instigam meus versos ofegantes.
Ana Rachel Dantas