tarô

Foi naquela tarde, joguei as cartas do baralho cigano, em busca de respostas e portas que me mostrem algo além de onde estou. A colcha feita com retalhos de pano e de mim. Posso ser mais, eu sei, posso ir além, mesmo errando. Não se enfrenta o mundo de costas, eu vou de peito aberto, o mesmo peito que te abriga. Estico o jogo, estico os símbolos, e me embolo nos sentidos. Sem sentido é nosso romance, sem início, sempre projeto sem alcance. Alheia ao Acaso, ignoro mensagens e ainda te busco entre desenhos. A Morte. Nosso fim. O Louco.
Sou eu. Minhas mãos lembram as tuas, pergunto às cartas sobre prelúdios, interlúdios e se há dor que mascaras. Antes que partas, elas mostram vazios e taras.

Christine Ferreira

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