nitratos de muros e pensamentos

sumiram os leões da parede de salitre. restaram as sombras e a distância.  agora,  mais reais que as dores e as alegrias, os painéis e as ilustrações da realidade são  como  monolitos  gigantescos  ao  sol, ruminando sei   lá   que   vidas...   por   isso,  concluí:  sou  um  bicho condenado.  bicho estranho e indefinível.  mas nem só eu: nós. e estamos condenados ao dia de ruminar raízes para sempre.

Jorge Pieiro

Do livro: "Fragmentos de Panaplo, Expressão Gráfica, 1989, CE

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