Estive no mar e chorei lagrimas oceânicas...

Lágrimas salgadas oceânicas lagrimejante, turbilhão, ondas gigantes de dor, embaixo d'água ao abrir dos braços fui levado assim mesmo... nossa dor foi varrida e nossos gritos de dor abafados... o oceano dançava vorazmente uma canção trágica indiana... respirar não era tão indispensável... sentir águas quentes nunca foi tão profundo... sem peixes ornamentais a beijar as testas turísticas, na imensidão das vidas largadas ao sol, do sol que beijava a pele... o mar começou a se instalar, com sua grosseria não pediu licença... adentrou as narinas, puras... violação desvirginou as veias, abalou corações humanos em lágrimas salgadas oceânicas de dor... Uma bandeira tremula na imensidão do nada que é tudo e nada não resolve... quem poderia esperar a dor a dor a do... chorei no mar, lagrimas salgadas da dor... tudo foi sepultado aos escombros dos velhos navios abatidos na guerra da estupidez... a fúria se fez presente... existe algo a acreditar?... isso pode assustar... possa se prender a algo que faça diferença... era quase uma melodia num dia de sol... senão fosse tão triste pela dor... sinto por isso... (in memoriam)

Nilmar Paz

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