EI-LA, LEILA
Cavo fundo os alicerces. Logo eu, que já fui náufraga. Cuido de mim mesma como quem cuida de um bebê prematuro. O que tenho sou eu e a minha esperança. O resto invento, inventario. Saí da vida de propósito para desfazer-me. Um dia dirão:
— Ei-la. Pés firmes no chão e sem marcas aparentes. Até de amar, quem sabe, será capaz, a louca.
Glória Horta