XIII
Minhas mãos trêmulas não obedecem mais aos comandos da mente, às ordens do coração; minhas mãos trêmulas me traem: é quando começo a encher o papel com fragmentos de idéias,
de vontades,
de dores,
Deixei de ter o controle do meu verso, ele saltou por sobre os muros de minha razão. Solto na vasta campina da demência, pasa a abundante neurose; pasta onde, em pavor, inicio meus códigos poéticos intragáveis por não saber mais a pequena distância que há entre a estrofe e a catástrofe.
Rafael Nolli
Do livro: Memórias à beira de um estopim, Editora Araxá, 2005, MG