ilimite

No ilimite de todo limite, limitei NÃO, JÁ NEM SEI OU SABERIA OU SOUBE,
tem qualquer coisa, nesses limites, de perigoso, qualquer coisa que é o que não fazemos,
dedos em clitóris, clitóris em dedos, qualquer coisa, isso a que se toca, que está tão próximo,
coração cerebral nas vísceras do sexo deste texto, qualquer coisa tão próxima, mulher passando, a terceira, a quarta, a quinta, e outras tantas pessoas da trindade, da quartandade, outras ainda idades quaisquer, qualquer coisa, aqui, a mulher do próximo, do irmão, do amigo, do conhecido, a cunhada, meu deus, qualquer coisa, a aluna « falo como homem, e sei que vai ler diferente se for mulher, se for gay, polissexual, a partir de uma variável do tesão, que for a sua»

tem qualquer coisa tão próxima, o banquete, a festa, o abraço, a dança, os eua dentro do afeganistão dentro dos eua, o barraco vulnerável no barranco de todo desespero e humilhação e a mansão no bairro mais rico do mundo, qualquer coisa, a chave, liga isso tudo, pelo bem e pelo mal, qualquer coisa que uma é a outra, que uma explica a outra, que uma goza com a outra, que uma sacaneia ou dignifica a outra, qualquer coisa outra, já que essa qualquer coisa que atrapalha, que inviabiliza, que fracassa, que ata os fios que matam é a que impera, qualquer coisa outra fora dentro dela é a que interessa

o resto, sim o resto, o que resta, dentro e fora, o que resta dessa qualquer coisa viavelmente inviável, marido, esposa, pai, mãe, filho, filha, pátria, amigo, amiga, emprego, conhecido, astros da tv e do cinema, a minha raça, o meu sexo, a minha classe, a minha profissão, tudo resto no que resta em tudo isso, o que resta é o chute no saco « falo como...» do que resta, nesses restos de incesto, nesses cestos da gente lá dentro dele, dentro da gente quando dentro do incesto dos parentes e dos próximos e dos conhecidos., nesses exílios de dentros, de acordar com, de ouvir o, de falar com, de estar com, de amar a, qualquer coisa outra, aqui perto, é o parto de um outro mundo, de um mundo outro em que amar é ter coragem de ultrapassar as ilhas das proximidades pra tocar ali, com a paixão de um não tédio, a paixão de quem sabe ou pensa que sabe que tudo pode ser lá, que tudo pode ser algures dentro de nenhures
desde que

Luís Eustaquio Soares

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