BROTO DE BAMBU

algum canto segreto me arrasta pra dentro de ti, viola
os meus direitos de pessoa física independente. logo
eu que nem quero o coração assim cavalo bravo, potro
remoendo as rédias. mas você nem fica aflita
e finta sobre mim na certeza de já ter
visto o fim do combate. seu amor é coisa fina, é
cerâmica do Xingu, porcelana da China, broto de
bambu. quanto aos seus olhos, são os da serpente
quando tem fome.

                     Salgado Maranhão

Do livro: "Punhos da Serpente", Achiamé, 1989, RJ

« Voltar